|
Fabiano e eu |
Viajar, olhar, captar o momento. Ele faz isso muito bem. O jornalista e fotógrafo Fabiano Mazzotti percorre lugares pouco povoados e o interior do município de Bento Gonçalves em busca da imagem perfeita.
Ele pensou em cursar Educação Física. Foi mesmo ser jornalista. E dos bons. Começou como repórter esportivo e pedindo a máquina fotográfica emprestada. Mas, com planejamento e com várias profissões no currículo, entre elas, professor primário, atendente de loja de materiais de construção, diagramador, fotógrafo da prefeitura municipal, ele chega a 2012 com vários projetos e um livro a sair. Mazzotti também trabalhou com o futebol amador de Bento Gonçalves e como assessor de imprensa do Clube Esportivo, sendo essas atividades de muito impacto na vida do fotógrafo.
“Tenho andado pelo interior, conversado com os moradores. O objetivo do livro é resgatar as informações e perpetuar a história para as futuras gerações,” relata Mazzotti. Ele acrescenta que o livro “Amém, Bento Gonçalves – igrejas e capelas desta terra” contará com imagens de 83 igrejas católicas seguidas de textos de autoria do Padre Izidoro Bigolin.
Fotojornalismo
A fotografia é linguagem não-verbal. Com muitos adeptos. Há pessoas que preferem ver a ler. Daí, a importância do fotojornalismo, área que Mazzotti domina. Ele possui um acervo de fotos que alimenta as assessorias de imprensa da cidade e da região. Foi no jornal local em que trabalhou que Mazzotti dedicou-se a essa arte. Fotografando automobilismo, motociclismo e eventos. Desses momentos, os mais marcantes foram:
Fotografar o Presidente Luis Inácio Lula da Silva, em Veranópolis, por ocasião da inauguração da usina; acompanhar o Rally dos Sertões, em 2003, 2004 e 2006, o segundo maior rally do mundo e estar no Estádio do Maracanã, em 2005, quando o Clube Esportivo de Bento Gonçalves jogou contra o Fluminense pela Copa do Brasil. Outros instantâneos são captados quando a dupla Gre-Nal vem se hospedar em nossa cidade. Nesses casos, eu sempre busco o diferente, não o óbvio”, diz Mazzotti.
A era digital
Segundo Mazzotti, o processo digital democratizou a fotografia, mas também marginalizou a magia de tirar fotos. “No passado, se pensava mais e se fotografava menos. Hoje, as pessoas não pensam. É um clic atrás do outro. Depois é só excluir. Banalizou-se o valor de fotografar. Na fotografia com filme, havia a necessidade de se compor a imagem,“ argumenta ele. Outro fator é que tínhamos que pagar para ver a foto. Era necessário mandar revelar em um laboratório e esperar. Talvez daí, o cuidado com as imagens.
Conhecimento
O fotógrafo tem orgulho de conhecer bem as localidades do interior da Serra gaúcha. “No final de semana chego a fazer 50 quilômetros de moto, me identifico muito com o pessoal da colônia. Gosto de acompanhar o trabalho na parreira, a safra da uva e, principalmente, as paisagens nas quatro estações. “Chego a ficar observando a cena por mais de 30 minutos. Tenho que esperar a luz e as sombras, “ finaliza Mazzotti.
Por essas imagens detalhadas e eternas, nós só temos a agradecer.