Sejam bem-vindos (as) !!!!!!

sábado, 31 de dezembro de 2011

Como se diz Feliz Ano Novo

A energia da estrela de ametista  - Janete

Quero agradecer a companhia em 2011, abraços especiais a todos que estiveram comigo no blog... Em 2012 tem mais. Escolhi o clássico dos clássicos para esperar o novo ano e a energia da estrela de ametista, que tive a oportunidade de ver e receber nesse ano na cidade de Ametista do Sul. Beijos
Este ano quero paz
No meu coração
Quem quiser ter um amigo
Que me dê a mão...
O tempo passa e com ele
Caminhamos todos juntos
Sem parar
Nossos passos pelo chão
Vão ficar...
Marcas do que se foi
Sonhos que vamos ter
Como todo dia nasce
Novo em cada amanhecer...
Este ano quero paz
No meu coração
Quem quiser ter um amigo
Que me dê a mão...
O tempo passa e com ele
Caminhamos todos juntos
Sem parar
Nossos passos pelo chão
Vão ficar...
Marcas do que se foi
Sonhos que vamos ter
Como todo dia nasce
Novo em cada amanhecer... Feliz Ano Novo!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Cinemas de rua: ficou a poeira


O filme é de 1988. O diretor um dos mais inteligentes da sétima arte: Giuseppe Tornatore .O enredo: recordações e amor ao cinema. Salvatore Di Vita recebe um telefonema de sua mãe avisando que Alfredo está morto. A menção deste nome traz lembranças de sua infância e, principalmente, do Cinema Paradiso, para onde Salvatore, então chamado de Totó, fugia sempre que podia, depois que terminava a missa (ele era coroinha). Após um caso de amor frustrado com Elena, a filha do banqueiro da cidade, Totó deixa a cidade e vai para Roma, retornando somente trinta anos depois, por causa da morte de Alfredo. Ao final, o Novo Cinema Paradiso, já abandonado, acaba demolido pela prefeitura para construir um estacionamento.
 E, claro, não vou contar o fim do filme, porque não faria isso com vocês, e também, porque choraria mais uma vez. Com trilha sonora impecável, a intenção do diretor Giuseppe Tornatore com este filme era a de que ele fosse um obituário para as salas tradicionais de cinema, mas depois do sucesso que o filme alcançou, ele nunca mais tocou nesse assunto. Tornatore foi brilhante em todos os aspectos. Até no silêncio diante dos cinemas de rua que desapareceram.
Mas, tem um, que, pelo menos, permanece, no estilo, pois o prédio é o mesmo. Assim, meio fantasmagórico, com sua porta tradicional e suas grades enferrujadas, o antigo Cine Ipiranga parece cutucar as lembranças de quem passa por lá.
Parece estar servindo de depósito. Porém, numa dessas tardes, em que nenhum alento nos acomoda a alma, deitei meu olhar sobre aquela grade baixada e a empoeirada porta entreaberta. Quantas vezes terei passado por ali? Quantos filmes terei assistido na  famosa tela grande? Flutuo no espaço dos corredores para escolher um lugar.
Falando assim, até parece que íamos ao cinema e íamos ao cinema. Antes, vinham recomendações, vinham medos, vinham culpas. Acho que comecei a gostar de cinema por causa de meu pai. E assim, como no filme Cine Paradiso ajudou a passar as películas no Cine Popular, para somar, também era coroinha. Coincidências que povoam minha memória que voa para os clássicos que não podíamos assistir, pois eram proibidos para menores de 18 anos: Emanuelle, O último Tango em Paris, Girassóis da Rússia ( esse eu fui com minhas tias) entre tantos outros. Na semana, em que a porta do antigo Cine Ipiranga ficou entreaberta, passei por ela centenas de vezes, ouvi meu pai tossindo na última fila, levei minha mãe pela mão, entrei com uma amiga para assistir a um documentário e uma vez quis ver aquela famosa poltrona redonda na entrada do cinema. Será que ainda está lá? E o balcão de balas? Os outros cinemas da cidade viraram lojas. O Ipiranga continua lá como um espectro a circundar a nossa infância. Uma imagem pra lá de triste...

domingo, 18 de dezembro de 2011

Um Natal

Quando chega o Natal, a figura de minha nonna preparando o presépio invade minhas noites. Naquele dia tão esperado, meus olhos brilhavam diante das peças repletas de história. ( se não me engano, pertenciam à minha bisavó e vieram na mala na travessia do Atlântico). A gruta, onde haveria de nascer o Menino era confeccionada de papel pardo, artisticamente retratada por minha tia. Eu prestava a minha ajuda, ao recolher pedriscos para fazer o caminho dos reis magos e  adivinhem, o que acrescentávamos ao presépio bem junto à manjedoura: serragem. Isso mesmo. Matéria-prima ao alcance das mãos, já que meu nonno tinha uma pequena marcenaria no porão. E, não se precisava andar muito para se conseguir " a barba". (parasita comum em árvores da então pequena Bento Gonçalves, ainda arborizada e com terrenos baldios à vontade para se procurar... o quê mesmo?? " barba"). Tudo estava ali, ao alcance dos meus sonhos de criança: casa com porão, primos, nonna, nonno, primos, almoço de Natal, primos, brincadeiras, presentes, vizinhos, primos...
Ah, mas ver  minha tia colocar a Estrela de Belém  na gruta de papel, isso não tinha ( ou não tem preço). Ainda hoje, ela ilumina minhas auroras mais nebulosas.
Tudo tão simples e tão lindo. O " Bambino Jesú" lá, deitadinho, com seus bracinhos branquinhos. E sabe quem ao lado?? Seus pais, Maria e José. Mas, também tinha lago, ovelhas e o o que sua imaginação mandasse.
Dizer o que isso significou para mim e meus irmãos é fazer uma volta no tempo, que remove não só as lembranças, mas vai além, porque, a casa ainda está lá, porém os lugares onde brincávamos não existem mais. Foram ocupados por construções verticais.
Já se passaram vários dezembros ... meus nonnos deixaram um ensinamento, aquele que a gente acolhe e nada diz.
Natal com neuroses, pra quê? Demorou...
Agora entendo seu presépio, nonna Justina.

Professora conectada


Profa.Rute Fávero tuitando realizações
Conectada 24 horas por dia – ou quase isso- a professora das áreas de Informática, Educação e Informática na Educação e Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul ( UFRGS), Rute Fávero diz ser uma apaixonada pela diversidade cultural que as redes sociais proporcionam.
Aos 53 anos, a bento-gonçalvense, que nasceu e se criou no interior de Monte Belo do Sul, (hoje município) mora, desde 1977, em Porto Alegre. É coordenadora do Suporte Pedagógico às Plataformas de Educação à Distância (EAD) da UFRGS, professora em cursos na modalidade à distância.  Além disso, pesquisa sobre Educação a Distância, Aprendizagem e Redes Sociais. Já com vistas ao Doutorado na Informática na Educação, Rute ainda encontra tempo para um trabalho voluntário de extrema importância para as pessoas que estão em busca de um emprego. Ela desenvolve ações de voluntariado com seu blog “ONG da Rute”, em que divulga vagas de emprego e currículos gratuitamente. Em 2009 e em 2010 foi premiada com o TopBlog, na categoria “Variedades”, pelo trabalho voluntário desenvolvido, utilizando o blog. “Minha única intenção é ajudar,“ diz. E pelos resultados obtidos... É só acessar o endereço eletrônico e Rute compromete-se em postar as oportunidades de emprego. É grátis, tanto para quem procura vagas de emprego ou estágio, como para quem as oferece. “Espero que essa iniciativa continue auxiliando muitas pessoas. Fico em êxtase ao saber que pude fazer a diferença para alguém. Um que seja, “acrescenta ela.
O blog
 Rute criou o blog, quando percebeu a dificuldade de seus filhos Sérgio e Karenina e seus orientandos em Informática conseguirem um estágio.“Passei a perguntar a meus amigos, se na empresa deles não havia a necessidade de um estagiário em Informática. Mesmo que me dissessem que não, eu os convencia de que precisavam e que eu tinha ótimos alunos. Isso se disseminou e, quando alguém comentava que precisava de um profissional da área de informática, estagiário ou não, as pessoas já indicavam a “Professora Rute têm excelentes alunos”. Assim passei a receber as vagas diretamente no meu email e as enviava aos meus alunos da área de informática, por email. Depois passei a enviar para os alunos de todos os cursos, na instituição em que eu trabalhava. Sabendo disso, os alunos enviavam seus currículos. Na época eu ainda conseguia verificar se estava tudo ok, caso não, devolvia o currículo com dicas, etc.. Chegou uma fase em que eu levava dois dias, quase full-time, para organizar currículos e vagas e enviá-los, semanalmente, aos mais de 5 mil emails que eu já tinha na minha lista. Passava os finais de semana em casa fazendo isso. Ausentei-me de minha família, em prol deste trabalho. Hoje tenho 5 voluntários.”
A filha de Oly e Rosalina Fávero valoriza muito suas raízes. Parte de sua vida passou em Bento Gonçalves, cursando o Ensino Médio, no Colégio Estadual ( hoje Escola Mestre- por sinal, fomos colegas e aprontamos muito no bom sentido) e sempre que pode volta à cidade e ao seu lugar do coração: Dolorata, entre Monte Belo do Sul e Santa Tereza. A cozinha italiana é sua preferida. Ama massas, lasanha, mas adora  uma torta de aipim “receita della mamma “. Cozinhar é uma das paixões, além dos livros, claro. Rute ressalta que a grande transformação da realidade proporcionada pelo Twitter e pelas redes sociais é
-aproximar as pessoas que têm idéias em comum.
- possibilitar que essas pessoas consigam desenvolver trabalhos que atinjam quem espera e necessita deles.
- humanizar as pessoas, proporcionando a elas uma sensação maior de pertencimento e, por conseguinte, felicidade.
 É isso.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Olhar de diretor de cinema

Ele tem um apelido de infância. O que, por sinal, segundo ele, está bem resolvido. É cineasta, professor da Faculdade Cenecista de Bento Gonçalves e da UNISINOS, diretor, roteirista e produtor. É dele a direção da primeira minissérie internacional de ficção da RBSTV, “Sapore D`Itália”, que teve gravações, nesse ano, em Bento Gonçalves.Ele é
Ivanir “Boca” Migotto

Produz e dirige documentários com um olhar sobre a memória das comunidades que possuem uma história tão rica como a da imigração italiana. E sabe como resgatar isso. Aos 35 anos, cresceu ouvindo as histórias contadas pelo pai Olindo, de 91 anos. Ele diz que assim “adquiriu certo carinho pelas histórias dos mais velhos”. O curta-metragem sobre o Pracinha Francisco Pértile, morador de São Valentim está sendo produzido pela Epifania Filmes (produtora de Migotto) e os documentários da bento-gonçalvense Ana Maria Mazzoti (in memoriam)  e da italiana Enrica Pasionot Domingues, moradora do bairro Botafogo, que completou 100 anos, no último dia 11, estão sendo realizados por seus alunos.

Ivanir Migotto nasceu em Carlos Barbosa, sendo o único filho de Olindo e Letícia Ciconet Migotto. Em 1995, serviu o Exército, em Bento Gonçalves, no 6º BCOMDiv. Após, foi morar em Porto Alegre. “Sempre gostei desta região, mas vi que ela não me supria em termos artísticos”, conta o diretor.
Como o bom filho a casa sempre retorna, ele anda por aqui fazendo filmes, documentários e repassando seus conhecimentos no Curso de Extensão de Produção Audiovisual da Faculdade Cenecista. Participa como coordenador do Ciclo de Cinema, promovido pela Bento Film Commission com a proposta de aproximar realizadores, futuros realizadores, estudantes e cinéfilos da região para assistir e discutir filmes importantes dentro da história da sétima arte, com repertório diferenciado, e do Núcleo de Cinema, que está sendo criado para produzir filmes em Bento. Fazem parte do Núcleo, também os estudantes Rogério Rodrigues, Fernando Menegatti, Daiane Anderle, Deise Chagas e o professor Felipe Gue Martini.

Produção e Direção...

Além de estar no controle, assumir vários papéis e transformar a visão de uma história em um filme, o diretor precisa ser flexível o bastante para lidar com os desafios inesperados e estar aberto às sugestões do elenco e da equipe que podem tornar o filme melhor. Migotto diz que não se pode esquecer de preservar o jeito de falar, o sotaque, a memória do lugar. “Sempre fui ligado à história. Procuro um lado moderno também”. Com essa consciência, dirigiu para a RBS TV os documentários Rio das Antas – Vale da Fé (2008), O Homem dos Raios ( 2009) e Frente a Frente  ( 2010).
Em 2011, o diretor apresentou a ideia de gravar uma série internacional inédita. “Estávamos em Marcelino Ramos, gravando o histórias curtas - Silêncio - quando recebemos a notícia de que a série Sapore D´Itália iria acontecer. Daí em diante, os meus sócios, Mariana Muller, Leo Garcia, Rafa Ferretti , Rafa Tombini e eu, começamos a nos reunir para as gravações e formação do elenco. Este ano foi muito importante para mim”, ressalta Migotto.
       Com diversas produções com estréia marcada para 2012, o diretor só tem uma ressalva a fazer: “as empresas, na sua maioria, não apoiam a produção cultural na região. É uma constatação geral, mas temos exceções, por exemplo, a Rede de Hotéis Dall ´Onder e a Bento Film Comission, através da Secretaria de Turismo de Bento Gonçalves,” acrescenta Migotto. Ele se define como um eterno “insatisfeito”; pois, quando o assunto é cinema, tem sempre uma cena para dirigir.
Diretores de cinema por Boca Migotto

 Walter Salles,
João Moreira Salles,
Eduardo Coutinho,
Glauber Rocha,
Arnaldo Jabor,
Guel Arraes,
Fernando Carvalho

François Truffaut,
Woody Allen,
Ingmar Bergman,
Almodovar,
Boca Migotto ( à direita)
Fellini,
Kiarostami,
Orson Welles,
Billy Wilder,
Win Wender, são tantos...


terça-feira, 22 de novembro de 2011

As rosas voltaram

As rosas são da praça...
Estão lá, na praça, para deleite de quem passa. Para quem pode admirá-las. Para quem gosta... 
Visite a pracinha da Igreja Matriz Cristo Rei.

Praça das Rosas em 1968
Para homenagear... a volta das rosas, um poema do bento-gonçalvense Lucindo Andreola, onde quer que esteja... soprou pra mim essa poesia...






CANÇÃO DAS ROSAS


Lucindo Andreola


Quem sentirá a beleza das rosas?
Quem cantará a meiguice das rosas?
Quem encaminhará as rosas do efêmero para o eterno?
Rosas esquecidas nas ilhas sem portos
Rosas cansadas nos jardins cansados
Rosas infecundas nos vales sem fontes
em busca de mistério.


Quem ensinará às rosas o segredo de serem rosas?
Rosas brancas, tão puras
como as estrelas na complexidade da solidão.
Rosas cirandando
Cirandando
as ruas,
as areias,
as janelas


Rosas gastas,
mas sempre rosas... rosas
Rosas embalando esperanças
Imagens de rosas se retirando do tempo
sem edição de suas cores.


Rosas lágrimas
Rosa angústia
Rosa alegria,
e também, silêncio.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

No afã de se cumprir

Amanhecer no Vale das Antas ( Janete Nodari)

Do que ficou
O amanhecer é o que me toca
Os primeiros raios
Impenetráveis na alma
Iluminam um lugar
Passa o dia
No afã de se cumprir
a noite
Aparo as arestas da tarde
Vem noite rompe a manhã
E o braço estendido no vão
No espaço que se formou
 Entre o amor e o desamor
o sim e o não e
Uma busca que não vem ( Janete)

Coração do Agreste ( Fafá de Belém)



Regressar é reunir dois lados
A dor do dia de partir


Com os seus fios enredados
Na alegria de sentir
Que a velha mágoa
É moça temporã
Seu belo noivo é o amanhã


Eu voltei para juntar pedaços
De tanta coisa que passei
Na infância abriu-se um laço
Nas mãos do homem que eu amei


O anzol dessa paixão me machucou
Hoje sou peixe
E sou meu próprio pescador
E eu voltei no curso
Revi o meu percurso


Me perdi no leste
E a alma renasceu
Em flores de algodão
No coração do agreste


Quando eu morava aqui
Olhava o mar azul
No afã de ir e vir
Ah! Fiz de uma saudade
A felicidade pra voltar aqui 

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

15 frases inesquecíveis do cinema

 “Meu nome é Bond, James Bond” -  007
“Hasta la vista, Baby” – No filme Exterminador do Futuro 2
“Eu vejo pessoas mortas”- No filme O Sexto sentido
“Eu vou fazer uma proposta que ele não poderá recusar” – Do filme O Poderoso Chefão
“Eles podem tirar nossas vidas, mas nunca poderão tirar nossa liberdade” – De William Wallace no filme Coração Valente
“ËT telefone Casa” – No filme ET, O Extraterrestre
“Nós sempre teremos Paris” – No filme “Casablanca’
“Houston, nós temos um problema?" Apollo 13
“Quem é você? Seu pior pesadelo”- No filme Rambo
 “O que você faz nesta vida ecoa na eternidade” – No filme O Gladiador
“Aproveitem o dia, garotos. Façam suas vidas serem extraordinárias.” – No filme Sociedade dos Poetas Mortos
“Põe na conta do Papa” – No filme Tropa de Elite
“Elementar, meu caro Watson” – Scherlock Holmes
“Esse é o  dia que vocês sempre lembrarão como o dia em que vocês quase pegaram o Capitão Jack Sparrow” – Piratas do Caribe
“ Tá se achando o último capelletti da sopa”- Sapore D` Itália

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

As badaladas divinas

Que paranóia essa do 11/11/11 às 11/11!!! Devido a isso, andei navegando por sites esotéricos, etc, etc, etc. Mas, resolvi às 11 e 11 do dia 11 do 11, acrescentar um post. Hehe!! Uma releitura de uma crônica publicada no Jornal o Eco do Vale de Bento Gonçalves, em abril de 2005.  Agora entendi por que o badalar dos sinos ao meio-dia e ao entardecer  deixam meu coração e minha alma em constante espera, talvez de uma alegria, talvez de uma tristeza. O badalar dos sinos da Igreja Matriz Cristo Rei na  Hora do Ângelus: 12 e 18 h. Se não me falha a memória, há algum tempo, às 6 horas da manhã, o sino badalava...é , é isso. Aí vai...


O som dos sinos param o tempo. Cristalizam o ar. Talvez, seja esse, um dos poucos efeitos sonoros a perdurar nas cidades e nas vilas. Fora os ruídos indesejáveis do trânsito e das construções.
Por instantes, entre as batidas, a noção de passado e de futuro se perde. Nesses segundos, esse som faz uma pausa em minha vida.
Os entendidos dizem que os sinos podem despertar nosso inconsciente. A atenção despertada passa a gravar as mensagens recebidas de uma maneira diferente. Assim, faz com que o cérebro as receba e nos estimule a parar.
Pelo menos, constatei que devo parar ao ouvir o badalar dos sinos.
E, um misto de tristeza e alegria, me envolvem. Tento entender o porquê disso... Os sinos dobram
sobre a cidade e sobre minha alma, todos os dias...
Hoje, nesse tal, 11 do 11, isso haverá de se repetir.. a coincidência seguindo seu curso. Mas, confesso...
há mais sons no ar.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O divino efeito da arte

A arte pode revelar-se de múltiplas maneiras. O artista tem, em suas mãos, o poder mágico de moldar o sonho ou a realidade. Para a artista Vera Beatris Dalcin Luchese o poder está nos materiais alternativos.

Entenda-se por material alternativo - tecido, papel, vidro, plástico, fios, sementes, grãos de uva, bagaço de uva, entre outros. Para Vera, “não existem materiais que não possam ser utilizados.” Tudo começou com um sonho e com o desejo de aproveitar a “dressa” (palha de trigo trançada).
A primeira escultura de dressa representa um violinista. Costurado a mão. Assim, do óleo sobre tela, das obras em palha de trigo, passando pelas máscaras de material reciclado, até a criação dos presépios. Retornando de Veneza, a artista moldou-se aos desafios dos novos tempos e, com inspiração nas máscaras venezianas, iniciou seu trabalho utilizando materiais alternativos.  - “Eu faço a minha parte. Retiro o lixo da natureza e transformo em arte,” diz Vera.
Presépios
Em 2009, com o objetivo de mostrar um pouco da nossa cultura italiana, inscreveu-se no Festival de Presépios do Rio de Janeiro, com um presépio feito de “dressa” e ficou entre os cinquenta artistas selecionados, entre participantes do Brasil e do exterior. Na ocasião, o presépio ficou exposto no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão, e hoje, é acervo da Diocese do RJ.
Nesse ano, Vera leva ao Rio, como artista convidada pela Curadoria do projeto, um presépio realizado com materiais alternativos.  O presépio intitulado “Os olhos do mundo” tem por objetivo mostrar uma Virgem Maria que escolheu a natureza destruída para gerar um novo Menino Jesus,  e assim, trazer uma nova consciência ecológica para a humanidade.

Maria

Vera ilustra Maria, em tons verde, flores, frutas e pequenos pássaros, representando a vida. No contraponto, está a textura escura: a poluição, o desmatamento, as queimadas, o lixo. O chapéu de palha representa a seca; os tecidos tigrados, os animais e muito amarelo para a luz .
o José

O cabelo e a barba da escultura de São José são de estopa, que, ao mesmo tempo, representa o trabalho.  Em todo o manto há cachos de uvas secos que representam a cultura da videira e o apelo à preservação da natureza, pois onde não há água, não há vida. “E se continuarmos poluindo a natureza novas vidas não surgirão,” ressalta ela.

Menino Jesus

Vera está trabalhando na escultura do Menino Jesus.  Ainda para compor o presépio alternativo, ela criará um pastor pastoreando suas ovelhas.

Diversidade cultural

A artista bento-gonçalvense, formada em Pedagogia, Administração Escolar e Pós-graduada em Folclore leva o nome da nossa cidade ao “Festival de Presépios do RJ”, onde a obra ficará exposta no Jardim de Alah, área nobre daquela cidade, que fica entre as praias de  Ipanema e Leblon.
O evento resgata o verdadeiro espírito natalino e une a cidade em torno de um tema que sensibiliza a todos, mostrando, além da diversidade cultural de nosso país, novas técnicas e as diferentes leituras de cada artista brasileiro e internacional sobre o tema.
Além de participar desse projeto, Vera continua dando sequência à criação de máscaras que ganharam o mundo. Já estão no Canadá, Coréia do Sul, Estados Unidos, África do Sul, Guatemala, entre outros países e, também, em diversos estados brasileiros.

domingo, 30 de outubro de 2011

Do matinê ao DVD

O primeiro filme a que assisti no matinê do Cine Ipiranga foi " O calhambeque mágico". Até onde me recordo, o tal calhambeque alçava voo. E eu, admirada, segui pelos ares, no gosto pela cultura, filmes e livros. Entre o advento dos dvds e blu rays, estão os clássicos: Romeu e Julieta, Love Story, Inferno na Torre, Girassóis da Rússia e Último Tango em Paris ( este último só vim a ver, anos depois, pois era proibido para menores. Pode? Podia. Era assim que era. Tive a sorte de ver o clássico dos clássicos: E o Vento Levou, no mezanino do Cine Marcopolo, portando balinhas de goma e acompanhada. Os Embalos de Sábado à Noite, assisti em um sábado, à caráter, como mandava o figurino, com minha irmã à tiracolo. A saga " Rambo", nos domingos, como era de praxe, namorar. Foi numas férias de verão que, minha tia convidou-me para ver Tubarão, em um dos cinemas mais populares da capital. Não sem antes, me preparar o espírito: não vai te assustar. Era assim que era. Imagine, em Os Pássaros, o que ela haveria de dizer. E disse: é um suspense.
Vivendo esse meio-tempo, da liberdade que nunca viria, os filmes brasileiros, famosas pornochanchadas, aguçavam a curiosidade dos adolescentes da época. Minha turma do terceiro ano noturno do Colégio Estadual Mestre, teve uma ideia , digamos, brilhante: matar aula. Para assistir a Vai trabalhar, Vagabundo, no Cine Aliança.
O intento se concretizou e, eu, num misto de remorso e ansiedade, nem lembro bem da narrativa.
Mas, foi em Império dos Sentidos , que passei mal e, confesso, nunca entendi bem, se foi ousadia dos criadores ou ingenuidade minha, mesmo?? Agora em, ET, até me emocionei e Spielberg levou-me ao cinema acompanhada de minha mãe. Dá-lhe Spielberg.
Nos anos 80, entre mamadeiras, vieram os infantis: a cena do espaguete da Dama e o Vagabundo assisti com meus filhos.
A tragédia do maior transatlântico do mundo, Titanic assisti na vizinha Caxias. Os cinemas em Bento haviam fechado. Um deles reabriu, alguns anos depois, para exibir O Quatrilho. Porém, foram dez anos sem cinema. Ai!!
Passamos a primeira década do Século XXI e, até agora, admiramos a obra - 2001- Uma Odisséia no Espaço-  sabe-se muito pouco sobre Vênus como queria sugerir a fita, mas da trilha sonora, ninguém esquece.
Quando da inauguração dos cinemas no shopping fui convidada a ver Pearl Harbor.
Em família, na sala: O Gladiador, Tróia, Piratas do Caribe, Uma Linda Mulher e muitos outros.
Entre o matinê  e o blu ray, histórias e emoções fantasiosas ou reais. Gosto mesmo é de biografias: Coco, antes de Channel.
Só me nego a ver: A Lista de Schindler, Paixão de Cristo e o Exorcista.
Os que merecem bis: Cinema Paradiso, Diário de uma paixão, Do que as Mulheres Gostam, Procurando Nemo, Shreck e o hour-concours: As Pontes de Madison.
Tenho me deliciado com cinema em casa e sozinha. Por vezes, não há mais o que me segure: O tempo não para, Divã, Destinos Cruzados, Cisne Negro...
Do livro " 1001 filmes que você precisa ver antes de morrer":
A guerra das estrelas - o Império contra ataca
Um corpo que cai
ET
O silêncio dos inocentes
Rastros de ódio
Tubarão
O silêncio do lago
Louca paixão
Desafio do além
Como enlouquecer seu chefe...
Os primeiros dez... Me acompanha???





domingo, 23 de outubro de 2011

Solitude

Manhã de domingo - foto: Janete - locação: Ecoland

Sentir um vazio no peito... duvidar de tudo e de todos... sentir solidão...com uma lágrima insistindo em cair...não conseguir esquecer uma certa pessoa durante anos a fio...não esperar pelo que viria...viver em silêncio com os filhos ao redor... pensar que uma transa resolveria... foi assim que vc me encontrou...
Depois vieram os dias claros, coloridos, repletos de palavras, metáforas, poesia. Era o sonho na realidade: a gentileza, a boa educação, o homem culto, o homem homem, o homem misterioso, o homem atencioso. Esperar um telefonema era carregar o celular pra tudo que é lugar, e - para desafiar todos os anos em que passei invisível- o telefone tocava -assim do nada- feito uma manhã de sol chegando de mansinho sobre os montes, matizando a encosta de ouro, prata, rosa, liláses e o verde-claro das vinhas. Acredito em nós, todo o tempo de todos os tempos e todas as eras.
Mas não poderá ser cortado, podado a machadadas, há de se ter esse meio-tempo
há de se ter esse desabafo
há de ser ter manhãs, tardes e noites
há de se ter a força dos dois quererem mudar pra melhor
Palavras sinceras de quem só quer um amor, talvez um amor urgente demais, porém não lamento as lindas frases que brotaram,as belas declarações nunca ouvidas, o envolvimento com o teu mundo e com o meu mundo
Não se vá feito fumaça
quero ainda poder senti-lo, não como despedida, mas como o vulcão em que me transformei cheia de fé, paz, autoestima, amor pra dar, pra abraçar
Apenas com uma réstia do medo de me machucar 
o que é medo??
Quando te achei, tinha medo de ficar sozinha em casa lembra?
Qualquer ruído me exaltava, até isso passou ao teu lado.
Você conseguiu a transformação da mulher
O que desejar mais?

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Bendita comunicação

            “ Se quebrar, considere comprado.” Quem em sã consciência sai às compras para ser brindado com uma frase dessas. Esse  recado estava fixado em uma prateleira de uma loja, onde não há atendentes, e por isso, temos  liberdade na escolha do produto desejado . Quem de nós, algum dia, não se aventurou pelos deslizes dessas bagatelas e teve um destes arroubos de consumismo. Ficar por horas circulando...
              O que dizer então destes supostos avisos ou frases de efeito, como queiram?
                Proibido entrar na loja com sorvete. Proibido folhear as revistas.  Bata e aguarde ser atendido. Não aceitamos cheques. Não trocamos mercadorias provadas na loja. Não fale com o motorista. Não trocamos merdadorias aos sábados. Não trocamos peças íntimas. Não aceitamos cartões...  motivo: aparelho quebrado. Não haverá condicional em dezembro. Recebemos maiôs para senhoras. Não empurre a gaveta, poderá cortar os dedos da recepcionista. E por aí vai. Como isso pode ter sobrevivido à era da informação?
 Não se sabe, está aí, a transitar, de carona, num processo de comunicação falível, no centro consumidor de uma cidade, que quer ter atrativos turísticos.
                   Todos somos comunicadores. Queremos compartilhar com o outro o nosso mundo. É fato. É uma necessidade. Caso contrário, não viveríamos em grupos. E é isso que determina  nossa maneira de ser. Em nossa vida, mais da metade das horas que passamos acordados são gastas em comportamentos de interação.
           Temos capacidade de ser cada vez mais eficientes. Só precisamos cumprimentar, sorrir, conversar (bem) e, principalmente, nos beneficiarmos da sensibilidade que Deus nos deu. E do bom-senso, claro. 

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Arco-íris sobre Bento Gonçalves

Te amo, Bento Gonçalves
Arco-íris sobre Bento Gonçalves
Janete
Amo tuas ruas, teus morros,
tuas escadarias
Já contei os degraus.
Já contei as janelas.
Podem ser estrelas ou
arranha-céus?
Cortam a avenida, os faróis
Mas te quero assim mesmo,
Cidade que me viu nascer.
O atalho forjado a caráter
Até a casa de meus avós,
Me faz ir saltando
pelos dormentes da estrada de ferro.
Vou pelos trilhos
da memória
Para sentir o aroma
 que vem das cantinas
da uva, do vinho.
Amo tuas
praças e videiras.
Tuas azaleias e ipês.
Tuas encostas.
Amo a montanha,
a boa vizinhança
e o vale:
 caminho que tracei
para te seguir.
(121 anos de Emancipação- 11/10/2011 )

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Eu abracei a Keka ou o ápice da degradação humana

O que me levou a abraçar a keka? Seu chamado, do outro lado da rua, a bradar, te amo, te adoro, adoro tuas mãos? E observava minhas mãos... Eu disse:
- Keka, quer um anel? E ela queria, mas o anel não serviu. Ela contentou-se com algo para comer e um real. Vinha com o copo de cachaça na mão, às 9 horas da manhã. Bom, desnecessário dizer, que a cena deplorável, alargava-se ao olhar suas vestes sujas, seus dedos escuros,seu cabelo pra lá de... Tinha sinais de violência.
O que me levou a abraçar a keka?
 Sentimentos bombardeados aos sete ventos...e quase nunca demonstrados?
Cheguei a pedir:
- Keka, larga dessa vida??
Soou patético. Ela entendeu, eu acho. Mas, queria mesmo o real para o crack.
Keka é uma mulher, a obra-prima da Criação, já a vi, sendo escurraçada de comércios no centro, há algum tempo . Agora, parece que convive bem...
Aqui perto de casa, a andarilha keka, projetou seu apê. Em pedaço de terreno, com um muro alto, ela colocou colchão e brinquedos. Diz aí, minha psicóloga...
Vinha à noite, organizar seu apê. Ah, com banheiro. Era ali mesmo, tudo ali mesmo.
Dava-nos sustos. Ao pular o muro, com a agilidade que me faltava. Dizem que era modelo. Mito, lenda??
Pois, é...
Eu abracei a Keka, alguém vai abraçar a causa?

O Bicho

“Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem”. Manuel Bandeira