Sejam bem-vindos (as) !!!!!!

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Dois prazeres



O cinema nos lembra entretenimento, sedução, prazer. Esse último também pode ser aplicado ao espumante. Bebida que expressa conquista, comemoração e, por que não , felicidade. Na minha cidade, é possível vivenciar os dois prazeres. Único município a ter uma Film Comission, Bento Gonçalves, às vezes , me surpreende. Que delícia o Ciclo de Cinema, que delícias, as produções rodadas aqui e na região dos montes, dos vales, das noites estreladas. Fazer uma releitura da vida real, é o que o cinema faz, principalmente, quando, os filmes são escolhidos a dedo, para que depois possamos debater e viver cada instante rodado.
Aqui, brindam-se os filmes, antes, durante e depois, com espumantes da terra e com gostinho de quero mais. Por falar, em cinema, que tal irmos à França, para a corte de Maria Antonieta. No filme de 2006, podemos observar como a bebida que tem origem naquele país era utilizada nas coroações e nas festas...E
a rainha não se fez de rogada, bebeu , bebeu e bebeu do líquido precioso... Até nos filmes de 007, a bebida aparece. E, eu, que me criei, na terra do vinho e do espumante, só tenho a agradecer e brindar. Esperando por mais um Ciclo de Cinema, nas cantinas, nos hotéis, nas paisagens inusitadas e inesquecíveis ... Tim, tim!!

domingo, 26 de agosto de 2012

Amanhã será setembro

Conheci o poeta Luiz Coronel e me apaixonei. Obrigada, poeta, artesão das palavras...
Agosto
tem posto
no meu rosto
um tal desgosto que nem gosto de pensar.
Mas lembro
amanhã será setembro
e voltarei a cantar.
Amanhã
o escafandrista
e o mestre-cuca
há de dançar no convés.
Amanhã rosas de espumas
chegarão às praias
trazidas
pelas marés.
Amanhã o canário
que pousa na antena de televisão
há de cantar sua canção.
Amanhã
com meu peito
transbordando de doçura,
tal colmeias
irei ao teu encontro 
levando uma braçada de azaleias.
Amanhã será setembro. Luiz Coronel


quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Plenitude

Agora é a vez de Lya Luft ( grata, escritora)
Rio ou mar?


Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura
agrandada pelos anos e o peso dos fardos
bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)

O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés — mesmo se fogem — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Amei a história construída

A porta - Muçum- RS


Bem-vinda, Martha Medeiros
Bendita, Martha Medeiros
Com permissão




Te amei e amei minha fantasia
Amei de novo e amei a nossa estreia
Amei meu próprio amor e amei a tua audácia
Te amei muito e pouco e comovidamente
Amei a história construída, os ritos e os porquês
Te amei no invisível e no inaudível

Amei no crível e no incrível
Amei ser dona e te amei freguês
Te amei e amei a farsa arquitetada
Amei a mim, amei a ti, parti-me ao meio
Te amei no profundo, no raso e com atraso
Não era tua hora, não era minha vez.

domingo, 5 de agosto de 2012

Reunião

De mãos dadas com meu pai
Aqui estamos nós
unidos pelo sangue 
e dispersos pela vida. 
Sabemos de onde viemos, 
mas não sabemos nossa saída. 
De Antônio e Catarina 
herdamos gestos, sonhos, corpos e voz. 
Muito sabemos deles, 
e pouco sabemos de nós. 
Aqui estamos todos 
- tios , sobrinhos, primos, avós – , 
corrente entre um ontem vivo 
e um amanhã apressado, 
frente a frente 
com o futuro que nos chama, 
cara a cara 
com a chama de um passado. 
Agora atravessamos juntos 
Cachoeiro de ItapeSecchin, 
esta estrada tropical da Itália 
que desemboca em você e em mim. 
E se recompondo o que nós fomos 
este instante cintilar dentro de nós 
num sopro que a vida não apaga 
mesmo sozinhos não estaremos sós. 

( Antonio Carlos Secchin)   

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A mulher das pedras


Desde a infância, quando Katya Rotava fixava seu olhar nas águas do rio, ela via as pedras diferentes, com energia. A partir daí, iniciou- se uma simbiose que a artista passou a mostrar com tintas, cores, coração e alma.Seu nome completo é Katya Rondonia Sampaio da Fonseca Rotava. Natural de Araraquara, São Paulo, reside em Bento Gonçalves desde 1988. É casada com Rui Rotava e tem quatro filhos: Iandara, Carolina, Kahuê e Akauã e dois netos: Maria Clara e João Vítor.  Também é professora e, dentre tantas atividades, passa todo sua sabedoria ao ir ao encontro do rio, onde vai buscar sua matéria-prima: as pedras.”Elas são testumunhas silenciosas da História da Terra,” diz Katya.  Ela acrescenta que seu trabalho é muito intuitivo, cheio de simbologia e magia, através das máscaras e do respeito à vida. “Tenho minha linha de trabalho bem definida, direcionada,” enfatiza. Filha de José Aparecido Sampaio da Fonseca ( in memoriam) e Doroty Aparecida Sampaio da Fonseca. De família voltada à cultura e à liberdade de expressão, mesmo quando essa foi proibida no Brasil, Katya soube valorizar o dom que recebeu e aproveitou esse conhecimento

.Processo criativo 
O processo criativo começa na escolha delicada das pedras, das pequenas e grandes. Ela conta que dessa procura, há a tentativa de dar movimento, vida, sentimento e principalmente, emoção. “Com as cores fortes, brilhantes, mais do que simples expectadoras, transformo-as em um cenário vivo, repleto de interações. Nos leitos dos rios, desde o começo da Terra, as pedras testemunharam quietas, todos os movimentos sísmicos, a violência das enchentes, a calmaria das secas, o primeiro ser vivo, depois outros, finalmente o homem rústico e depois o artista. Este, dando-lhes matizes, mascarando sua superfície, transformando-as em verdadeiros filtros das impurezas do homem,” diz.Ela comenta ainda que das máscaras, os traços firmes e definidos das pedras vão em espiral para as telas, e destas para o infinito, o vago. 
Três características
 PEDRA- me encantam as formas, é uma fonte de energia, conhecimento.
CORES- representam força, vontade de seguir em frente, acreditar que tudo vai dar certo.
 OLHOS- identificando o sentimento de constante busca, procura, encontro com nossa essência, sempre representados com um retângulo branco, dois triângulos e um circulo preto.
 Transformação da natureza
 Uma das atrações da Fiema Brasil 2012 foi o Salão de Arte Ambiental. O evento proporcionou aos visitantes momentos de reflexão sobre a transformação da natureza através da arte, além de propiciar aos artistas um espaço onde puderam mostrar suas obras e fazer um contato direto com pessoas preocupadas com o ambiente. Nessa temática, Katya obteve Menção Honrosa com a obra premiada “ Instalação – registro de uma existência”, onde o público podia interagir com a obra acrescentando pedras a um círculo .