Sejam bem-vindos (as) !!!!!!

domingo, 23 de dezembro de 2012

O ano em que me arrepiei



“Vai dar meia-noite e o sol ainda não foi embora.” Jv
Este ano merece uma virada à beira mar!
Com o brilho das vidas que cruzaram meu caminho.  E eu, uma aprendiz de doidivanas, vivi a era da liberdade anunciada:
Happy hour, no edredon*
Fiquei horas num engarrafamento
Comecei academia
Conheci a Redenção
Andei de balsa
Ganhei uma neta emprestada 
Participei da militância pelo PP
Fiz tatuagem
Fiz book sensual
Entrevistei
Editei
Revisei
Perdoei
Postei
Suei
Me arrepiei
Fui eleita miss!!!
Que venha 2013 com suas revelações e suas realizações.
Feliz Ano Novo!
         * na pracinha, na mesinha, no muro, no colchão... impublicável

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Tempo pra chuva

Choveu, aqui no Rio Grande, nesta madrugada.
O barulho dos pingos caindo no telhado de zinco me despertaram.
 A previsão é que a primavera termine com muita precipitação .
O Rio Grande é uma cidade cercada de águas por todos os lados , e com chuva fica , ainda , ainda mais líquida . Talvez seja por isto que eu não tenha estabelecido uma relação mais íntima com ela . 
Ainda a chamo de senhora  e ela chama-me de senhor.
 Olhando a chuva lembrei do que uma amiga comentava comigo outro dia, dizia-me ela da saudade do seu tempo de criança onde podia brincar e correr na chuva sem medo de se molha .
 Molhava o corpo, mas fertilizava a alma . 
Terminou dizendo , melancolicamente : quem sai na chuva é pra se molhar.
Fiquei pensando , quantas vezes eu deixei de brincar na chuva com medo de me molhar.

 Preferi ficar seguro sob a proteção de um guarda-chuva.
 Sabia da beleza da chuva , mas tive medo da chuva. A chuva nunca teve medo de mim.
 Ela continua caindo sem medo de ser feliz .
Eu, no máximo, deixei-me molhar por garoas finas. ( Texto do Prof. José Vanderlei Rodrigues) ( Revisão Profe (Janete)

Terapia do riso


Comemorando três anos da peça teatral “Tudo vira cena”, as atrizes Marciele Bertoldi Scarton e Regina Fernandez subiram ao palco do SESC, em Bento Gonçalves, no último dia 16 de dezembro.  Desta vez, com o acréscimo do talento da nova integrante do grupo, Nina Picolli. Os dilemas femininos encenados com uma boa dose de humor eletrizaram o público. Um espetáculo e tanto!
Cultura é isso, diz a atriz Marciele, o encontro de forças de boas amigas para fazer acontecer. Com essa fala, no final da entrevista, que realizamos, a irreverência de Marciele junta-se à experiência de Regina e à jovialidade de Nina.
 Sentadas no palco, agora com as cortinas fechadas, elas formam um grupo teatral batalhando para levar o gosto pela comédia à cidade e região. Estão gratificadas pelo prestígio do público. “O grupo complementa e atualiza os textos a cada apresentação e também a partir da interação. Muitas coisas que estão, hoje, no texto, foram incorporadas a partir de improvisos ,” diz Marciele.
Personagens
Ouvem-se muitos risos durante todo o espetáculo com o desenrolar das histórias das personagens: dona de casa, freira, cartomante, idosa, namoradeira e militante, inclusive, quando descem do palco para interagir com o público. É, nesse momento, que a capacidade interpretativa e de improviso de cada uma delas torna-se visível. Dessa vez, teve até arremesso de calcinha e dança Gangnam style.
Em meio aos aplausos, as atrizes agradecem a presença, apresentam a equipe, na iluminação, Caroline Rosina e na sonoplastia, Maurício Polli. Após o espetáculo, dirigem-se à porta e abraçam todo o mundo. “Fazer rir também nos faz felizes!” enfatizam.
O texto da Tia Inez é de Marciele Scarton e Ivan Pedro Lazzarotto Machado. Os demais são de Regina Fernandez.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Amor ao rock

Os talentosíssimos trigêmeos e esta blogueira

Ídolos indiscutíveis dos trigêmeos Clara, Pedro e Bruno Tregnago Garcia, de 14 anos, os Beatles ocupam o primeiro lugar na lista de referências. Em seguida, vêm Rolling Stones, Led Zepellin, Elis Regina, Rita Lee, Raul e a fase tremendão de Roberto Carlos. Na linguagem dos jovens músicos “LP” é recorrente. Confira a entrevista com os componentes da Banda Caprikrânios.

Rodeados pelos long-plays da coleção do pai, Wanderley Garcia e pela voz da mãe Simone Tregnago Garcia, integrante do Coral da UCS nos anos 1990, Pedro, Bruno e Clara sempre tiveram incentivo para a música. Eles explicam que o nome da banda é a junção do signo Capricórnio com um dos símbolos do rock.
Para entender o amor pela música e o dom de cantar dos irmãos é assistir ao vídeo no Youtube e se preparar para o possível lançamento de um CD com canções próprias. “Nós três cantamos,” diz Clara.
Neste ano, eles participaram do 1º Festival de Música Estudantil de Bento Gonçalves e do 6º Recital da Escola Musical Center, no último dia 08 de novembro. Pedro, desde os nove anos estuda bateria. Bruno estuda piano clássico há três anos, Clara estudou guitarra porem  preferiu a energia do microfone e se descobriu no vocal.
Eles frequentam a oitava serie na Escola Vânia Mincarone. Como todo adolescente, são ativos, falam muito e adoram estar no palco. Mas, é Bruno que confessa que “dá sempre uma ansiedade.”
Pedro acrescenta que a música escolhida para o recital foi Toxicity da banda System of a Down.”Eu estava ensaiando há três anos. “Queria muito apresentá-la e, finalmente, ela foi realizada com sucesso.”
Bruno por sua vez brilhou no teclado com Come Toghether dos Beatles e também fez um dueto com o irmão no clássico, Forever, dos mascarados da banda KISS.
Clara emocionou o público cantando a música “My Immortal”, da banda Evanescence no Recital da Escola Musical Center, sendo aplaudida durante o decorrer da canção.
As letras são compostas pelo trio, e algumas tratam de assuntos importantes para a sociedade, como a conscientização dos jovens em relação às drogas.
O clipe sairá este ano.


terça-feira, 27 de novembro de 2012

Um bom ano


Com licença, Prof. Vanderlei Rodrigues para publicar sua crônica. De uma boa safra de textos, este é meu preferido.



"Eu sou um abstêmio. Minha bebida favorita é a água potável. Algumas vezes, faço uma concessão a um suco de alface. Porém, sempre tem um dia. Um dia destes, um nababesco amigo convidou-me para conhecer a sua adega particular. E lá fui eu, tentando incorporar o espirito de Dionísio e/ou Bacus, deuses do vinho.
Meu amigo fez um pequena dissertação sobre as caracter

ísticas de um vinho - safra, cor, sabor, tipo de uva, região de produção, etc.
Depois destas preliminares, fomos aos " finalmentes", isto é, provar o objeto desejado.
Ele pegou duas garrafas, fitou-me e perguntou: 1958 ou 1959?
Entre constrangido e curioso nada falei, meu amigo decidiu - vamos de 1959, é a minha safra favorita.
Abriu a garrafa, pegou uma taça e derramou um porção daquele líquido vermelho e falou - Começa professor.
Coloquei um gole na boca. Fiquei degustando, senti o sabor, a densidade, minha língua ficou impregnada daquele gosto de uva e, pensei comigo mesmo - maravilhoso, excitante, encantador. É o verdadeiro néctar do deuses.
Jamais esquecerei aquele vinho safra de 1959. Um dia destes, vou provar um de 1958, talvez seja tão gostoso e inesquecível."  ( Revisão desta blogueira)

domingo, 25 de novembro de 2012

Sorvete, uvas e mel


Em tempos de “Cinquenta tons de cinza “ ( ainda não tive o prazer de ler), lembrei-me de um artigo que li da escritora chilena Isabel Allende, de quem sou fã incondicional, no qual ela divaga a respeito da utilização do chantilly na culinária e – reconheço que, na época, achei que , realmente, era  só para coberturas de bolo que servia o referido creme .
Depois de um tempo, juntei-me à humanidade em busca da fórmula do prazer eterno e confesso, prefiro o sorvete  que está  bem à mão.De preferência sorvete de baunilha, essência indispensável para  gelar as papilas gustativas.
Mas, por essas coisas dos sentidos e das imagens, naveguei no livro Afrodite, contos, receitas e outros afrodisíacos, publicado em 2002, por Isabel.  Sabendo da alegria que causa o chocolate, o champanha e o vinho, deparei-me com as frutas: maçã, fruto da tentação, morangos e framboesas, mamilos frutíferos e as uvas.  Ah, as uvas... Dizem que um encontro que se preze deve ter esses grãos, associados a não sei o quê dos deuses Dionísio, Bacco, etc, etc. Da banana , diz-se que só tem o formato, o que já é um mérito.
Porém, há um alimento que vem das coxilhas, dos campos floridos, da campanha, conhecido como o néctar de Afrodite, a deusa do amor.Só de lembrar de sua doçura dá água na boca. É o mel. Baita substância natural. Mas, cá entre nós, o maior afrodisíaco que existe é mesmo  o pensamento.
“Comer e fazer amor são atividades tão intensamente relacionadas que, às vezes, se confundem ... “(F.A.)


sábado, 24 de novembro de 2012

sábado, 10 de novembro de 2012

Voo na igreja

O horário de verão no Sul do país, começou há pouco. As tardes mais longas proporcionam alguns planos espichados, como caminhar, sentar à sombra, tomar chimarrão, e tantas outras atividades à claridade do dia e ao lusco-fusco do entardecer. Neste último dia 9, o pôr -do- sol foi regado a boa companhia e cadeiras na área aberta. O de hoje, 10/11/12 - uma data que não irá se repetir - foi para olhar para cima. Fui à missa.
Sem atrasos. À porta da matriz, o Padre Vinicius, jovem , na faixa dos 20 e pouco anos. De uma sinceridade translúcida, ele disse que anotara algumas partes da homilia, por ser uma das primeiras missas rezadas e que, a comunidade merecia.
Ele leu , mas também, cativou. Naquele momento, eis que uma andorinha voa pela nave central do santuário e vai pousar no topo da cruz do altar. Eu acompanhava o voo do pássaro. Um sinal? No fim da missa,  apreciei aquele ser de asas, o qual me fez sorrir, numa tarde de sábado, em que precisava de um alento. Padre Vinicius, linda missa!

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A rocha e a brisa


Certa vez perguntaram a Obama:
- Quem é Michelle? ele respondeu:
 - " A rocha da família". Provavelmente ele, também, pensou em falar - o mel, o furacão e a brisa. 
Vendo cenas da festa da vitória democrata lá estava ela - soberana, linda sob as longas pernas, com uma deselegância discreta que absurdamente a deixa mais elegante . Obama, quatro anos mais velho, era um simples coadjuvante, Michelle era a protagonista ,a diva naquele palco.
Sua biografa a considera "franca, voluntariosa, divertida, repleta de garra e ocasionalmente sarcástica...Somando-se a isto, a beleza negra torna-se uma mistura letal à nós, pobres machos da espécie. Esta advogada formada em Harvard resgatou o discreto charme e imponência as primeiras damas dos E.U.A (que estava escondido, desde o eclipse de Jacqueline Kennedy).
Michelle trouxe sensualidade à Casa Branca. Surpreendeu os fotógrafos e cinegrafista ao beijar Obama em público. Não aquele beijo protocolar,mas um beijo molhado cheio de promessas e tesão. E Obama respondeu, com um leve toque na bunda.
( Texto: Prof. José Vanderlei Rodrigues) Revisão: Profe Janete

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Elvis é de Bento


Denominado “Rei do Rock and Roll”, Elvis Presley é considerado uma lenda. O músico profissional Jonas Iunes, 35 anos, faz uma homenagem ao ídolo, adotando o nome artístico de Johnny Presley. E tem mais! Estudou canto para atingir o timbre vocal do eterno Rei do Rock. Acompanhe a história do menino que ouvia Elvis no rádio do carro do pai.

 Neste ano, faz 35 anos da morte de Presley. Mas, o inconsciente coletivo sabe, Elvis vive. Prova disso é o show cover- Elvis Tribute Artist- de Jonas Iunes   e  Banda  Burning Love. “É minha maior paixão musical,” diz Iunes. Ele acrescenta que a inspiração vem da infância, quando o pai o deixava ouvir Elvis no rádio do Landau da família e, ainda, o pai dizia que existiam três vozes no mundo: Deus, Frank Sinatra e Elvis Presley. Daí em diante, e, mais precisamente, nos últimos cinco anos, Iunes identificou-se com as diversas fases do ídolo. A que mais marcou foi a setentista.A do Suspicious Mind.
Graceland
Em 2010, Iunes viveu uma das maiores emoções de sua vida: esteve em Memphis, Estados Unidos, visitando Graceland, a mansão do cantor. “Acho que o público merece o melhor de Elvis, por isso me programei bem, procuro ser o mais fiel possível”, comenta Iunes. Sendo que essa determinação inclui contatos com o costureiro de Presley. “ Os jumpsuits ( macacões) com diversos detalhes levam cerca de seis meses para ficarem prontos. Também as jóias são adquiridas nos Estados Unidos, onde Iunes vai anualmente.
Ele pretende em , no máximo, cinco anos, participar da “ Elvis Week.”
 É de Bento
Por ocasião do show  cover realizado na Casa das Artes, vários fãs receberam no final as famosas echarpes.Um gesto característico do rockeiro, que se perpetua até hoje. Depois, dirigiram-se aos bastidores para saber quando o artista voltaria à cidade. Iunes limitou-se a dizer que simplesmente não voltaria. “Minha casa é aqui.”Iunes é bento-gonçalvense. Filho de Anis e Líria Furlanetto Iunes, passou sua infância  e adolescência estudando música, hoje é assessor de imprensa. É casado com Márcia Regina Galli, com quem tem um filho, Pedro, de quatro anos.
A fidelidade ao ídolo também faz o músico promover shows beneficentes, já que Presley , segundo Iunes, era generoso. O mais recente foi em benefício à Escola Caminhos do Aprender, no último dia 28 de outubro. “ Faço isso com amor, para que as pessoas sintam essa emoção. Meu filho,Pedro, já sabe escolher a roupa do Elvis.”

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Caminho


Seja qual for o seu "ser melhor"
Enquanto ser humano você é o melhor
Reluto em entender
Melhor que isso
Emprestar suas ideias e ideais para alguém que n conhecia
Lembranças de um tempo de transformações
Hoje raridade é ter esse jeito
Onde prevalece o "ser" para os outros
Reluto em entender esse seu " ser melhor"
Mas tudo bem...
Vem comigo... que no caminho eu te explico melhor
Caminho  ( Janete 24 de outubro de 2012)

domingo, 21 de outubro de 2012

Desvãos


  • O ano era 1974. Da inocência a uma enciclopédia escondida no armário, alguns passos para desvendar os mistérios do sexo. Da editoria da Revista Nova a alguns comentários com as tias e uma aula de biologia com o prof. De Bortoli, era tudo o que se sabia. De alguns obscuros caminhos até a mão roçar as pernas e o sexo, foram alguns medos e algumas recomendações da mãe. Mas, nada, nada se compara a vontade de assistir ao filme Emmannuele. Quanto mistério cercava a bela holandesa Sylvia Kristel e seu partner, também um belo exemplar. Fazer o quê? Era proibido para menores. Naqueles anos setentistas, juro que eu ainda não sabia o que era " libido", desconhecia o significado da palavra " tesão". Porém, esforçava-me em ler. Li e reli " O cortiço". Revelo aqui que era apaixonada pela série " Sabrina" ( deve ser daí esse romantismo arcaico que me ronda), entre outras matérias que lia escondida. Anos mais tarde, decidi que era hora de assistir ao clássico dos clássicos  do cinema erótico. Sozinha em frente a um aparelho de Dvd, absorvi, a história, o erotismo, os vestidos longos e as costas nuas da protagonista. Permitam-me uma sinopse do filme _a exótica Tailândia.é lá que Emmanuelle (Sylvia Kristel), uma linda e sensual modelo, viaja para encontrar o seu marido diplomata, Jean (Daniel Sarky), bem mais velho que ela. Ambos são bem tolerantes com os casos extraconjugais do outro. embora Emmanuelle tenha aprendido muitas coisas sobre o amor com o marido,Jean acredita que ela deva se aventurar em novas experiências eróticas. seguindo o conselho, Emmanuelle faz sexo com a filha de sua vizinha. mas é pela fotógrafa loira, Bee (Marika Green), por quem ela se apaixona. quando Emmanuelle é abandonada pela fotógrafa, Jean sugere que ela se vingue, arrumando um outro amante. assim surge Mario (Alain Cuny), um velho maestro que irá ensiná-la tudo o que é preciso saber sobre sexo.chegando mesmo, e com a bênção do amante, a se tornar o troféu sexual para o vencedor de uma disputa de thai boxing. 
  • A trilha sonora embalou minha vida, num misto de proibido e sensual. O tempo passou. Tenho agora no meu desktop, a eromusic que considero um marco. Primeiro, por ter aprendido e, segundo, por ter sido presenteada com um linkizinho instrumental de Fausto Papetti. 
  • Ao saber da morte da protagonista do filme, aos 60 anos, rebobinei a fita da minha vida e parei naquele ano de 1974. Por quê?
  • Segunda parte - Viva, Chico!!!
  • Futuros amantes
  • Não se afobe, não
  • Que nada é pra já
  • O amor não tem pressa
  • Ele pode esperar em silêncio
  • Num fundo de armário
  • Na posta-restante
  • Milênios, milênios
  • No ar
  • E quem sabe, então
  • O Rio será
  • Alguma cidade submersa
  • Os escafandristas virão
  • Explorar sua casa
  • Seu quarto, suas coisas
  • Sua alma, desvãos
  • Sábios em vão
  • Tentarão decifrar
  • O eco de antigas palavras
  • Fragmentos de cartas, poemas
  • Mentiras, retratos
  • Vestígios de estranha civilização
  • Não se afobe, não
  • Que nada é pra já
  • Amores serão sempre amáveis
  • Futuros amantes, quiçá
  • Se amarão sem saber
  • Com o amor que eu um dia
  • Deixei pra você
  • Emmanuelle - Sylvia Kristel ( 1952 - 2012)

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

As donas das sapatilhas de ponta


Leveza e disciplina fazem parte da vida de Patrícia Larentis e Deise Ceccagno. Às vésperas da vigésima edição do Bento em Dança, as bailarinas e professoras de ballet já estão preparando as sapatilhas. Confira por que para elas a dança é tudo.
            Elas estão preparadas para a execução de cada movimento de dança ,  aqui vale um parênteses, elas têm mais de 20 anos de palco. Patrícia iniciou seus estudos na Escola de 
Ballet Lia Bertuol, em Bento Gonçalves. Deise, com Patrícia Johnson.  Com um currículo invejável, as bailarinas passaram a dançar juntas no Grupo Vanguarda de Moacir Corrêa. Daí, para a própria escola foi um passo. Em 2008, fundaram a Aplausos Studio de Dança e dedicam-se a alunos que tem entre cinco e 40 anos de idade. “Existe um pensamento de que ballet é coisa de criança, “ diz Patrícia. Ela acrescenta que além de uma arte, o ballet é uma atividade física, por isso, adultos também podem iniciar os estudos.  Ela mesma ministra aulas para uma turma que tem entre 25 a 40 anos. Nesse universo, elas têm um aluno.

Deise, por sua vez, emociona-se ao contar sua trajetória . Ela é também coreógrafa e figurinista. É  formada em Arte Educação pela Universidade de Caxias do Sul e cursa 
especialização em Moda, Mídias e Inovação pelo Senac, Porto Alegre. Pós-graduanda em Moda, cria os figurinos para as apresentações. Acrescente-se a isso, as atividades no Projeto Coração Cidadão - Fundação Todeschini, desde 2005. Deise participou como bailarina e com suas alunas em vários festivais, recebendo inúmeros prêmios. Os principais foram o 1º lugar em  Ballet de Repertório Adulto, no Bento em Dança 2008; e de sua aluna  Andreza Borges; 1º lugar, nos festivais Bento em Dança 2009, São  Leopoldo 2010 e Santa Maria 2010. Foi aprovada na audição da  Escola do Teatro Bolshoi no Brasil.“Para mim, a dança é tudo”, diz Deise.

Patrícia é também formada em Comunicação Social-Jornalismo pela Universidade do Vale do 
Rio dos Sinos ( Unisinos). No decorrer da carreira artística, realizou oficinas com renomados 
bailarinos e coreógrafos nacionais e internacionais, através de  festivais, como Bento em Dança, São Leopoldo em Dança, Capão da Canoa  em Dança, Porto Alegre em Dança, Festival de Joinville e Festival de  Hip Hop de Curitiba, recebendo várias premiações.
Para ela, o maior desafio é criar público para a dança.” Por incrível que pareça, tem gente que ainda não se deu conta que , no mês de outubro, temos o Bento em Dança. É um evento com participação de dançarinos de diversos países, oportunizando contato com profissionais renomados , oficinas de danças para nossos alunos e para as outras escolas da cidade,” comenta Patrícia.
A Aplausos participará, neste ano, com sete coreografias, cinco solistas e dois grupos.
Bento em Dança - de 5 a 13 de outubro de 2012
O Espetáculo Anual de Danças do Studio será realizado no dia 2 de dezembro de 2012, na Fundação Casa das Artes.
Premiações da Aplausos

Brasil em Dança 2012 - coreografia "Memórias" segundo lugar conjunto 
juvenil (maior nota da categoria)

Bento em Dança 2011 - coreografia "Exército de Cartas" terceiro lugar 
grupo infanto-juvenil
Bento em Dança 2010 - coreografia "Angellus" terceiro lugar grupo 
infanto-juvenil


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A música de Ana

Graças a meu pai, fui apresentada cedo ao mundo das letras, dos livros e dos filmes. Ele era tipógrafo e linotipista da Gráfica Bento Gonçalves e nos finais de semana, rodava filmes no Cine Popular.Em casa, não nos furtava de coleções, enciclopédias e revistas. Meu pai, um homem inteligente, teve seus ideais e seus sonhos, nada levou, deixou seu legado em livros e discos long-play.
 Os discos não sei onde foram parar. Os livros , em acordo com meus irmãos, doei para a Biblioteca Castro Alves. Segurei pra mim, as relíquias. Assim, lembro bem dos discos do Coral bento-gonçalvense e de Ana Maria Mazzotti. Agregue-se a isso, o fato de meu progenitor ser também do departamento social do Clube Ipiranga. Daí, conheci Ana, Roberto Carlos, Angela Maria, Gretchen ( isso mesmo, Gretchen esteve em Bento). Detenho-me aos bailes com Àrpege, Impacto e Desenvolvimento- conjuntos- hoje, minha filha e meu colega  Gustavo Bottega diriam - bandas.
Aproveitei a história musical de minha cidade, no meio do salão, dançando. Talvez, por isso, a saudade tenha batido forte, no lançamento do documentário sobre Ana Maria Mazzotti, dia 25 de setembro de 2012, na Sala de Cinema da Casa das Artes.
Eu vivi pra ver...
Palco e platéia: um arraso
  

Jose Stefanon, diretor do curta-metragem "Eu sou mais eu", Carlinhos Pozza, ex-colunista social e euzinha

Também, sinto-me viva ao conversar com o Sr. Pértile, último pracinha , morador de Bento, que às vésperas de completar 93 anos, fez pose comigo na foto. Detalhe: deixou a bengala de lado, para ser clicado. Energia que passou para as gerações que estavam assistindo ao curta-metragem sobre a vida dele- Tcheco.
Tcheco -uma figuraça
Enveredei 
pela cultura,
por laços, 
por livros, 
por retratos,
 por compassos.
Bem disse, meu amigo Bacca, no desfecho do documentário " Eu sou mais eu": " Bento não deu o tempo necessário para Ana." 
Bento não soube esperar por ela. Não foi preciso, ela transcendeu ao tempo.
Esses estavam juntos na 2ª Guerra Mundial, hoje, estão no meu blog!!!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Cenário de filme


A beleza bucólica de Santa Tereza já é cenário de filme.  Uma trilha repleta de natureza, montes e narrativas. Compartilho com você, leitor, uma história de religiosidade e fé, que transformou um vilarejo num pedacinho de céu.
A Linha Dolorata está situada entre os municípios de Monte Belo do Sul e Santa Tereza, a qual pertence. A quietude e a paisagem com os parreirais sem folhas deixam claro que a estação é inverno.  Após uma noite chuvosa, fazer uma caminhada pela localidade foi possível graças à reposição de energias, após o café e o pão caseiro com as chimias preparadas por Dona Rosalina Favero, moradora do local.
Nosso destino: a Igreja de Nossa Senhora das Dores.
É uma construção recente, tendo na fachada, uma imagem da referida santa, ladeada por muito verde e um campanário de madeira. O sino data de 1905 e seu som reverbera pelas encostas, aos domingos para comunicar às pessoas que a bodega já está aberta e que o terço não tardará – todos os domingos rezam o terço na igreja - ou quando tem missa, há mais de 100 anos.

Conforme Rosalina, também costumava-se tocar o sino para uma nota fúnebre  e todas as tardes na hora da ave-maria. Os descendentes de italianos trouxeram na bagagem a religiosidade. As rezas eram feitas  debaixo de uma árvore, utilizando-se como símbolo de fé uma relíquia da Santa Cruz . Em 1914, foi construída a primeira igreja. Quem rezou a missa inaugural foi o padre Luis Gulieci.

Foi um fim de semana dedicado a ouvir narrativas de perseverança, entre elas a trajetória do casal Oly e Rosalina Fávero, e a deliciar-se com as compotas de figo e o doce de abóbora. Conforme o casal, a partir de 1970, foi construído um salão comunitário, usado por muitos anos como igreja.
“Meu marido Oly e eu pensamos em arrecadar fundos para construir uma nova igreja,” diz Rosalina.
Eles passaram de casa em casa. Também receberam ajuda de pessoas que nasceram ali e, hoje, residem em outros lugares. “Na hora, pareceu uma coisa impossível e, nem nos atrevemos a levar a conversa adiante. Mas numa noite, creio que os anjos devam ter ouvido a conversa, e, como um aviso, sonhamos e vimos a igreja sendo construída.,” relata o casal.
 No dia seguinte, resolveram que esta ideia, não sabiam como, pois dinheiro a comunidade não tinha, seria levada adiante. Todos acreditaram que seria possível e sem medir esforços ajudaram doando valores, tijolos, janelas. “Depois dessa data, com certeza, essa comunidade não foi mais  a mesma”, acrescenta Fávero.
 Tudo estava voltado para a construção da Igreja. Os fabriqueiros do ano de 2001, data da inauguração, foram o Jaime e esposa, Francisco e esposa e o Oly e esposa.
Conforme o relato, foram realizadas festas, solicitações de doações, jogos de futebol, enfim, arrecadação de fundos para que pudessem  realizar o grande sonho.
No dia 29 de julho de 2001, foi dado início a construção da Capela Nossa Senhora das Dores, com a bênção da pedra fundamental.
O terreno onde a igreja foi construída foi adquirido do casal José e Iris Battistella.
A igreja começou a tomar forma.  A. comunidade mostrou a força da união e da fé.
 No próximo dia 23 de setembro, será realizada a festa em honra a Nossa Senhora das Dores. A expectativa é de reunir 400 pessoas.
Na tarde de domingo, várias moradoras se reuniram para rezar o terço. E, como é costume no interior, os homens passaram algumas horas no salão participando de jogos típicos. Encerrando esse encontro, um café da tarde com bolo e uma carona até Monte Belo do Sul para pegar o ônibus, mostraram que a Dolorata é assim: boa gente, paisagens, religiosidade. Não tem como não se apaixonar.



quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Dois prazeres



O cinema nos lembra entretenimento, sedução, prazer. Esse último também pode ser aplicado ao espumante. Bebida que expressa conquista, comemoração e, por que não , felicidade. Na minha cidade, é possível vivenciar os dois prazeres. Único município a ter uma Film Comission, Bento Gonçalves, às vezes , me surpreende. Que delícia o Ciclo de Cinema, que delícias, as produções rodadas aqui e na região dos montes, dos vales, das noites estreladas. Fazer uma releitura da vida real, é o que o cinema faz, principalmente, quando, os filmes são escolhidos a dedo, para que depois possamos debater e viver cada instante rodado.
Aqui, brindam-se os filmes, antes, durante e depois, com espumantes da terra e com gostinho de quero mais. Por falar, em cinema, que tal irmos à França, para a corte de Maria Antonieta. No filme de 2006, podemos observar como a bebida que tem origem naquele país era utilizada nas coroações e nas festas...E
a rainha não se fez de rogada, bebeu , bebeu e bebeu do líquido precioso... Até nos filmes de 007, a bebida aparece. E, eu, que me criei, na terra do vinho e do espumante, só tenho a agradecer e brindar. Esperando por mais um Ciclo de Cinema, nas cantinas, nos hotéis, nas paisagens inusitadas e inesquecíveis ... Tim, tim!!

domingo, 26 de agosto de 2012

Amanhã será setembro

Conheci o poeta Luiz Coronel e me apaixonei. Obrigada, poeta, artesão das palavras...
Agosto
tem posto
no meu rosto
um tal desgosto que nem gosto de pensar.
Mas lembro
amanhã será setembro
e voltarei a cantar.
Amanhã
o escafandrista
e o mestre-cuca
há de dançar no convés.
Amanhã rosas de espumas
chegarão às praias
trazidas
pelas marés.
Amanhã o canário
que pousa na antena de televisão
há de cantar sua canção.
Amanhã
com meu peito
transbordando de doçura,
tal colmeias
irei ao teu encontro 
levando uma braçada de azaleias.
Amanhã será setembro. Luiz Coronel


quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Plenitude

Agora é a vez de Lya Luft ( grata, escritora)
Rio ou mar?


Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura
agrandada pelos anos e o peso dos fardos
bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)

O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés — mesmo se fogem — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Amei a história construída

A porta - Muçum- RS


Bem-vinda, Martha Medeiros
Bendita, Martha Medeiros
Com permissão




Te amei e amei minha fantasia
Amei de novo e amei a nossa estreia
Amei meu próprio amor e amei a tua audácia
Te amei muito e pouco e comovidamente
Amei a história construída, os ritos e os porquês
Te amei no invisível e no inaudível

Amei no crível e no incrível
Amei ser dona e te amei freguês
Te amei e amei a farsa arquitetada
Amei a mim, amei a ti, parti-me ao meio
Te amei no profundo, no raso e com atraso
Não era tua hora, não era minha vez.

domingo, 5 de agosto de 2012

Reunião

De mãos dadas com meu pai
Aqui estamos nós
unidos pelo sangue 
e dispersos pela vida. 
Sabemos de onde viemos, 
mas não sabemos nossa saída. 
De Antônio e Catarina 
herdamos gestos, sonhos, corpos e voz. 
Muito sabemos deles, 
e pouco sabemos de nós. 
Aqui estamos todos 
- tios , sobrinhos, primos, avós – , 
corrente entre um ontem vivo 
e um amanhã apressado, 
frente a frente 
com o futuro que nos chama, 
cara a cara 
com a chama de um passado. 
Agora atravessamos juntos 
Cachoeiro de ItapeSecchin, 
esta estrada tropical da Itália 
que desemboca em você e em mim. 
E se recompondo o que nós fomos 
este instante cintilar dentro de nós 
num sopro que a vida não apaga 
mesmo sozinhos não estaremos sós. 

( Antonio Carlos Secchin)   

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A mulher das pedras


Desde a infância, quando Katya Rotava fixava seu olhar nas águas do rio, ela via as pedras diferentes, com energia. A partir daí, iniciou- se uma simbiose que a artista passou a mostrar com tintas, cores, coração e alma.Seu nome completo é Katya Rondonia Sampaio da Fonseca Rotava. Natural de Araraquara, São Paulo, reside em Bento Gonçalves desde 1988. É casada com Rui Rotava e tem quatro filhos: Iandara, Carolina, Kahuê e Akauã e dois netos: Maria Clara e João Vítor.  Também é professora e, dentre tantas atividades, passa todo sua sabedoria ao ir ao encontro do rio, onde vai buscar sua matéria-prima: as pedras.”Elas são testumunhas silenciosas da História da Terra,” diz Katya.  Ela acrescenta que seu trabalho é muito intuitivo, cheio de simbologia e magia, através das máscaras e do respeito à vida. “Tenho minha linha de trabalho bem definida, direcionada,” enfatiza. Filha de José Aparecido Sampaio da Fonseca ( in memoriam) e Doroty Aparecida Sampaio da Fonseca. De família voltada à cultura e à liberdade de expressão, mesmo quando essa foi proibida no Brasil, Katya soube valorizar o dom que recebeu e aproveitou esse conhecimento

.Processo criativo 
O processo criativo começa na escolha delicada das pedras, das pequenas e grandes. Ela conta que dessa procura, há a tentativa de dar movimento, vida, sentimento e principalmente, emoção. “Com as cores fortes, brilhantes, mais do que simples expectadoras, transformo-as em um cenário vivo, repleto de interações. Nos leitos dos rios, desde o começo da Terra, as pedras testemunharam quietas, todos os movimentos sísmicos, a violência das enchentes, a calmaria das secas, o primeiro ser vivo, depois outros, finalmente o homem rústico e depois o artista. Este, dando-lhes matizes, mascarando sua superfície, transformando-as em verdadeiros filtros das impurezas do homem,” diz.Ela comenta ainda que das máscaras, os traços firmes e definidos das pedras vão em espiral para as telas, e destas para o infinito, o vago. 
Três características
 PEDRA- me encantam as formas, é uma fonte de energia, conhecimento.
CORES- representam força, vontade de seguir em frente, acreditar que tudo vai dar certo.
 OLHOS- identificando o sentimento de constante busca, procura, encontro com nossa essência, sempre representados com um retângulo branco, dois triângulos e um circulo preto.
 Transformação da natureza
 Uma das atrações da Fiema Brasil 2012 foi o Salão de Arte Ambiental. O evento proporcionou aos visitantes momentos de reflexão sobre a transformação da natureza através da arte, além de propiciar aos artistas um espaço onde puderam mostrar suas obras e fazer um contato direto com pessoas preocupadas com o ambiente. Nessa temática, Katya obteve Menção Honrosa com a obra premiada “ Instalação – registro de uma existência”, onde o público podia interagir com a obra acrescentando pedras a um círculo .
  

terça-feira, 24 de julho de 2012

De Galeano

Grata Eduardo Galeano por esse belo poema...




Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras.
Não existem duas fogueiras iguais.
Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas
e fogueiras de todas as cores.
Existe gente de fogo sereno que nem percebe o vento,
e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas.
Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam, nem queimam;
mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade
que é impossível olhar para eles sem pestanejar,
e quem chegar perto pega fogo.