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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Eu entrevistei Moacyr Scliar

Guardo o sabor das feiras do livro, quando erguiam-se simpáticas barracas nas ruas centrais e nas praças de Bento.Mas, uma, em especial, destaca-se em minhas lembranças, hoje, quando recebo a notícia da morte do escritor Moacyr Scliar.
Venho tropeçando em poemas, desde os 14 anos, e recolhendo incentivos de poetas e conterrâneos, como o Bacca, professoras como a Sandra Faggion e colunistas como o Frizzo. Por isso, minha cabeça me levava às feiras e minhas pernas recusavam-se a ir. Era um misto de emoção e retração. Eu, tímida?
Assim, conheci , Scliar, Veríssimo, Ortiz, Iotti e tantos outros. Mas, o que  jamais poderei negar, foi meu esforço ao empunhar microfone e gravador para entrevistar tais gênios. E o fiz, sem tremer.
No ano 2000, a Feira do Livro foi realizada, no Parque de Eventos, em conjunto com a Expobento. E, sabem, quem era o convidado para palestrar ? Moacyr Scliar.
Eu estava lá. No final, levantei da cadeira e fui até ele, com um gravador com o adesivo da Rádio Viva, mas pago do meu bolso. Entrevistei Moacyr Scliar. Simpático, como sempre, ele respondeu as perguntas, falou de seus planos e... nem lembro mais. Só lembro da imensidão de um dos pavilhões cedidos para a palestra e da voz do escritor, como se fosse um eco a me dizer: eu entrevistei Scliar. Tempos depois, ele se tornou imortal . Pena, que por estas coisas da vida, num dia de fúria, fiz faxina. E lá se foi a fita cassete com a entrevista. Esclareço que a faxina foi de alma. E, claro, por engano, foram-se minhas melhores lembranças. Entre elas, a entrevista com o imortal Moacyr Scliar, que foi , ao ar, no espaço cultural dos sábados de manhã pela Rádio Viva, no início deste século.
Já se passaram onze anos. Uma mistura de orgulho por ter aprendido sozinha a profissão de locutora e apresentadora, pela coragem de abordar um escritor famoso tomaram conta desta segunda-feira. Ficam
as palavras, as obras e o elegante perfil de um dos maiores escritores gaúchos.












Foto: Poente de uma vida.
Janete

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O pão e o vinho

São três as coisas que ninguém pode tirar da gente: educação, experiências e lembranças.
Parece que os organizadores da XII Festa Nacional da Vindima de Flores da Cunha e assessoria de imprensa Conceito (Lucinara e Cáren) sabiam muito bem disso e proporcionaram para quem quisesse ver, viver e se emocionar uma festa de receita simples: alegria, alta gastronomia e ternas lembranças da vida sem computador, internet, etc, etc,etc. Obrigada, Meu Deus! Obrigada, cidade de Flores da Cunha! A festa continua...



quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O vale não diz adeus

Nesta terça, 22, terão se passado duas décadas da morte do poeta Oscar Bertholdo.
Padre, professor e poeta... o vale não te disse adeus. Este poema de minha autoria foi escrito pouco tempo depois do assassinato de Bertholdo:
O silêncio habitou o vale
naquela tarde de verão.
Mas, seus versos estão aqui
O vale não lhe dirá adeus
Ele é  testemunha
de sua coragem
Os frutos más
quiseram testar sua força
e debateram-se com a verdade.
Nós sabemos,
já é tempo da semente

cair em terreno fértil
e está faltando um poeta.
Já é tempo de colher
e o mestre ausentou-se.
Era verão.
Os sinos repicavam.
Nós não lhe diremos adeus
Sorveremos seus versos
num apelo incessante
por justiça. ( revisto em 2011)
Parece que a pena para os assassinos prescreveu...
" Estão gastas as sandálias e o caminho por mais longo é tempo breve."O. B.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A vida como ela era

Foi muito bom ter sido criança numa rua sem saída. E com primos, muitos primos e primas para brincar. Conforme a cronista Danuza Leão, primos são uma espécie em extinção. E não é que, pensando bem, é por aí mesmo. As famílias eram  numerosas, casava-se cedo e fazia-se filhos e festas para comemorar na casa da nonna. Natal, Páscoa, Ano Novo, que privilégio! Tínhamos todo o espaço do mundo para brincar de pegar e esconder. De imitar a Vanderléia - aquela da jovem-guarda- (joga no google). Os meninos lutavam. É que, na época, havia um programa televisivo que se chamava Ringue Doze, de luta livre. Até hoje, não sei, se os resultados eram combinados.
       Tudo bem, quem é que quer crescer para saber disso? Queremos mais é brincar na tanoaria do nonno. Ele está muito atarefado, confeccionando barris para comercializar na 1ª Fenavinho. Pela primeira vez, a cidade de Bento Gonçalves vai receber um Presidente da República. Nós poderemos ir à festa para ver a exposição de uvas e brincar no parque de diversões. E o Presidente veio. E meu nonno vendeu seus corotinhos. E o verão de 67 ficou na memória. O século virou. A tanoaria ainda existe, a rua sem saída também. E as festas do vinho continuaram com novos perfis. É o caso da de 2011, que será realizada no outono - de 29 de abril a 08 de maio. Meus primos têm suas famílias. Alguns protagonistas dessa história dormem profundamente. Outros personagens, andam por aí, brincando de esconde-esconde entre portas, cercas, muros, asfalto, espigões, carros, sinais, cercas elétricas, concreto. O que fica é o sabor da liberdade.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Minha cidade tem guard-rail


Toda cidade tem uma praça. Toda cidade tem uma escadaria. Nem toda cidade tem um rio. A minha cidade tem escadaria, praça, fonte e guard-rail: a proteção de metal, na Rua Saldanha Marinho, supostamente para beneficiar os pedestres.
Confesso que, ao ser instalado, há algum tempo, mereceu até exclamações e elogios por ter em sua estrutura cachos de uvas. Que lindo, na terra da uva e do vinho!
Mas, já que nos falta espaço para transitar a pé ou de carro: o que cachos de uvas de ferro desbotados agregam ao projeto turístico da cidade que mais cresce no interior do estado do Rio Grande do Sul?
A mureta de uvinhas é um pedaço do grande problema que é a circulação no centro da cidade de meus amores:  as escadarias, as praças, os  vales, os antigos casarões (ops), o rio, a ponte, a pipa, o trem, o pôr- do-sol, o Pito e a Bibi.


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Celebre a vindima

Soberanas do Vale dos Vinhedos – rainha Vanessa Crestani e as princesas Letícia Dal Magro e Camila Milani - prestes a tirar os sapatos para pisar a uva. A alegria que uma típica comemoração italiana deve ter: turistas e moradores se misturaram às soberanas na pisa da uva e depois seguiram para o interior do salão do 8, onde teve início a celebração religiosa e o filó, no último dia 5 de fevereiro, tarde  e noite de sábado, no Hotel Villa Michelon . Eu fui!

"Escrevo poesia como quem colhe
maduro um cacho de uva." Oscar Bertholdo

Vista-se com os cestos da colheita
Ponha o sol para dormir
no vale ou na montanha
Colha uma manhã de fevereiro...

sábado, 5 de fevereiro de 2011

O vinhateiro inglês

Amo tudo que é filme que tenha como cenário a Toscana. O branco, o azul e o amarelo ocre são algo que quero vivenciar. Quem sabe... John Lennon já disse:" eu sei que sou um sonhador, mas não sou o único...”
Sonhar é preciso, mas, em se tratando de cenário de filme, é bom ver para crer.  É o que se pode fazer ao subir a montanha, rumo ao distrito de Pinto Bandeira.
Antes de chegar a vila propriamente dita,  passaremos  por uma linha, é isso mesmo.
Seguiremos até uma pousada e vinícola.
Andando mais  um pouco, encontraremos parreirais. Até aí, tudo bem, e  araucárias. Várias, apontando para o infinito.
 Os vinhateiros da região, um chileno e um inglês, identificaram o lugar com uma placa : Vinhedos Geisse e Vinhedos Hood.
Alie-se a isso hortênsias e roseiras.
E você estará num lugar inusitado e sem par. Há também um mirante. Rústico. Encantador. Até onde sei, o proprietário da vinícola e os filhos  ousaram construir o mirante. De lá, vê-se o tapete verde das vinhas. A vista nos leva a tocar o céu. É isso. Você pode tocar o azul em Pinto Bandeira, Bento Gonçalves.
"Eu nos caminhos, nos montes andei. As vinhas me cobriram com sua túnica verde, provei o vinho e a água."Pablo Neruda