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domingo, 31 de julho de 2011

Uma festa para a polenta. Eu fui!



Únicas esculturas de polenta
 do mundo

Milho: o produto
Dizem que a escolha dos amigos é uma das mais importantes estratégias para o sucesso. Foi  o que constatei  no evento chamado Polentaço na cidade de Monte Belo do Sul. Como tudo funciona a contento? Como eles criaram a única exposição de esculturas de polenta do mundo?Como valorizaram o alimento, praticamente, único sustento dos imigrantes italianos? Como desmistificaram a velha história de quem come polenta é polenteiro?
A frase que abre este post responde às perguntas acima.
Com ajuda de amigos. Quando a ideia surgiu, em 1996, a festa era do colono. As próprias agricultoras criaram os mais variados tipos de polentas. O visionário Álvaro Manzoni batizou a festa e a preside até hoje: Polentaço.
Com o envolvimento da comunidade e, transcrevo o que vi, com ajuda de famílias e amigos, a irmã de Manzoni, Mara e a primeira-dama, Lili ( é assim que o prefeito a chama) conferiam a entrada dos convidados, em seguida, passaram ao protocolo de abertura. Fizeram questão de ler quem estava à frente de quê. E, tudo funcionando, na mais perfeita ordem e tranquilidade, digna das cidades do interior que ainda mantêm características culturais que, envolvem, digamos as " coisas" puras. O padre procedeu a bênção. E a festa começou!
Também os estudantes leram suas redações classificadas num concurso municipal para contarem histórias de sua gente e o que se  sentia era e a energia das coisas simples no ar.
Amizade, simplicidade, simpatia e um nome criativo levaram visitantes, convidados, autoridades e  imprensa à cidade de Monte Belo do Sul
Eu fui! Inquieta, burlei o protocolo e conversei com sua gente. Produtores de geleias, pães, biscoitos, sucos e flores. Sim, há um orquidário na cidade.
Parabéns, Monte Belo do Sul. "O homem deve criar as oportunidades e não somente encontrá-las." Francis Bacon





quinta-feira, 14 de julho de 2011

Mães coragem

"Eu já passei todos os caminhos". Essa afirmação é de Anita Smalti, Presidente da Associação Gota D´Água, Centro de Apoio ao Autista de Bento Gonçalves. Essa frase contém uma vida e mais uma vida e mais uma vida...de mães de filhos autistas.
Fui convidada para um chá na Associação. Anita mostrou-me as dependências da casa: biblioteca, sala de brinquedos, sala de atendimento, cozinha...Falando assim, até parece que tudo está no seu lugar. Mas não está. A mãe e presidente clama por apoio. O autista tem que ser reconhecido como deficiente para ter direitos.
A realidade é que a ajuda em dinheiro está acabando e eles estão à deriva.
O chá foi para agradecer o apoio da imprensa. Estávamos lá, Pricila da Gazeta e eu. Estavam também o Ernani e a Tati. Ele autor da história em quadrinhos " Um amigo autista". O máximo!
Em atendimento, dois rapazes, o Filipe e o Giovani. As professoras tem que ficar o tempo todo com eles, acompanhar mesmo, porque o autista é resistente a mudanças, tem dificuldade de expressão e pode se ferir.
Que lição essas mães me deram. Além de absorver o problema da família delas, expandem para as outras os benefícios da coragem, da paciência, do amor incondicional.
Ah, tem um mascote chamado Teddy que também vive do amor das crianças. Elas brincam com o cão, o que as ajuda muito.
Como é esse amor? Sem medida?

Teddy o mascote da Gota D´Água
" Estamos sobrevivendo por teimosia", diz Anita. Ao desabafar. A associação está precisando de auxílio.
Minha oração a essas mães coragem. E, da vida, não reclamo mais.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Sonho de infância revisitado e viva a liberdade!

Para quem queria ser aeromoça, não viajei tanto assim. Uma vez. Voei, sim, foi pelos ares da Bahia de Jorge Amado e pelos ventos de Érico Veríssimo. Tarde, conheci Isabel Allende. Não precisei ir ao Chile.
Para quem queria ser bailarina. Dancei, sim. Nas rodas que a vida dá. Faço questão de publicar minha foto vestida de dançarina de can-can, no último carnaval. Fantasia realizada, os fantasmas ficaram para trás. Ainda não tenho certeza. A figura de meu pai, austera, a declinar impropérios, ainda me vem à mente, quando, menina, levantava a saia para dançar can-can, em frente à televisão preto e branco. Quando ele saía para trabalhar, dava a famosa empinadinha de bunda ( hoje coisa normal) e a dança ficava completa. Levantava o vestido e as coquetes francesas mal sabiam disso. Também, dobrava a saia na cintura para ficar mini. Oba, hoje, ainda uso minissaia.
Viva a liberdade!
Para quem queria ser arqueóloga, a imagem do faraó menino Tutancâmon, na capa da coleção juvenil me atraía. Queria, porque queria ser arqueóloga. O Egito ficou um pouco distante. Nem tanto.
Foi no terceiro ano do Curso de Redator-Auxiliar que fui conhecer a Zero Hora, porém já sabia o que queria ser: jornalista.
Contava já com meus dezessete anos e queria ser jornalista.
Dizem que quem não planeja tem destino, por isso , faço uso do óbvio ululante para dizer. Quis o destino , que cursasse Letras. Algo a ver, assim, meio blasè, com jornalismo.
Escrevia, lia, fazia trabalhos e fui ser mesmo professora.
Dizem que das boas.
Enfrentei, encarei, chorei, mas queria mesmo ser - jornalista.
Até que um dia...peguei meu sonho de adolescente de volta, me enfiei, na redação da jornalista Kátia e vivi meu sonho.
Realizei o desejo de escrever e ver a palavra impressa. No primeiro jornal,  em que vi meu nome, chorei.
Já havia feito outros trabalhos em comunicação, mas foi o respeito às minhas ideias, que me fizeram sentir jornalista.
Autodidata, ainda tropeço nos verbos discendi e na enrolação. Mas, rapidamente, clareio o foco e vou, voando ao encontro das palavras.
Para quem queria ser aeromoça, voar nas palavras e formar a opinião de uma população que deseja ter vez e voz é bom também.
Senhores passageiros, tenham uma boa viagem!
Senhoras e senhores, tenham um bom espetáculo!
Queridos alunos, sejam felizes!
Querida amiga Katia, obrigada pela oportunidade!
Sou jornalista, enfim.

A história de um tipógrafo


De Antônio Prado a Bento

Era o ano de 1941. Um caminhão Ford chega ao bairro Cidade Alta em Bento Gonçalves. Traz a mudança da família Nodari. O filho mais velho, Nestor, então, com 9 anos, ajuda os pais e os irmãos. Começa a trabalhar na tipografia (onde hoje está o Shopping Bento). Foi o Padre Mascarello  que indicou o sacristão e estudante do 2º ano da Escola Bento Gonçalves da Silva para aprender o ofício com os irmãos Lorenzini.

 De tipógrafo a linotipista-chefe

 Nodari era o linotipista-chefe da gráfica, onde eram impressos os jornais Il Corrieri D´Itália, Geração Nova, Jornal do Povo, O Batalhador, Gazeta da Serra, entre outros. Também aprendeu a projetar filmes, ao prestar o serviço militar no 1º Batalhão 
Ferroviário. Logo, foi chamado para auxiliar no Cine Popular.

Namoro e casamento

Foi no escurinho do cinema que Nestor conheceu a jovem Leda. Ela trabalhava na fábrica de acordeões Todeschini.   Ocupação que deixou (conforme regiam os costumes da época) ao se casar com Nestor em 1958. Tiveram quatro filhos: Janete, Janice, Daniel e Daian.

Participação

No final da década de 1950, Nodari fundou sua empresa gráfica. Nos anos 60, destacou-se como liderança na sociedade bento-gonçalvense, dedicando-se à área de promoções do Clube Esportivo e à diretoria do Clube Ipiranga, sendo presidente por duas vezes. Foi eleito membro do Conselho Fiscal e Deliberativo da entidade na gestão de Itacyr Giacomello. Foi fundador do Clube Caça e Pesca, do Lions Clube Industrial, sendo editor do boletim “O Leão do Morro” e instituidor da Fundação Educacional da Região dos Vinhedos. Em 1968, com Valdemar Vanin e João D´Andréa inaugurou a Bolichelândia.Também foi presidente da Liga de Bolão e da União Bento-gonçalvense de Bochas. Nos anos 70 e 80, foi diretor do Conselho Municipal de Desportos de Bento Gonçalves.

Homenagem
Nestor Beninho Nodari ( 1932 – 2001) - o menino tipógrafo – estudou somente até o quarto ano. Mas, o conhecimento o acompanhou pela vida afora. Estava escrevendo sua história. Não conseguiu terminar. Morreu, aos 69 anos, no dia 24 de junho de 2001. Dia dedicado ao gráfico e às empresas gráficas.