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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Olhar de diretor de cinema

Ele tem um apelido de infância. O que, por sinal, segundo ele, está bem resolvido. É cineasta, professor da Faculdade Cenecista de Bento Gonçalves e da UNISINOS, diretor, roteirista e produtor. É dele a direção da primeira minissérie internacional de ficção da RBSTV, “Sapore D`Itália”, que teve gravações, nesse ano, em Bento Gonçalves.Ele é
Ivanir “Boca” Migotto

Produz e dirige documentários com um olhar sobre a memória das comunidades que possuem uma história tão rica como a da imigração italiana. E sabe como resgatar isso. Aos 35 anos, cresceu ouvindo as histórias contadas pelo pai Olindo, de 91 anos. Ele diz que assim “adquiriu certo carinho pelas histórias dos mais velhos”. O curta-metragem sobre o Pracinha Francisco Pértile, morador de São Valentim está sendo produzido pela Epifania Filmes (produtora de Migotto) e os documentários da bento-gonçalvense Ana Maria Mazzoti (in memoriam)  e da italiana Enrica Pasionot Domingues, moradora do bairro Botafogo, que completou 100 anos, no último dia 11, estão sendo realizados por seus alunos.

Ivanir Migotto nasceu em Carlos Barbosa, sendo o único filho de Olindo e Letícia Ciconet Migotto. Em 1995, serviu o Exército, em Bento Gonçalves, no 6º BCOMDiv. Após, foi morar em Porto Alegre. “Sempre gostei desta região, mas vi que ela não me supria em termos artísticos”, conta o diretor.
Como o bom filho a casa sempre retorna, ele anda por aqui fazendo filmes, documentários e repassando seus conhecimentos no Curso de Extensão de Produção Audiovisual da Faculdade Cenecista. Participa como coordenador do Ciclo de Cinema, promovido pela Bento Film Commission com a proposta de aproximar realizadores, futuros realizadores, estudantes e cinéfilos da região para assistir e discutir filmes importantes dentro da história da sétima arte, com repertório diferenciado, e do Núcleo de Cinema, que está sendo criado para produzir filmes em Bento. Fazem parte do Núcleo, também os estudantes Rogério Rodrigues, Fernando Menegatti, Daiane Anderle, Deise Chagas e o professor Felipe Gue Martini.

Produção e Direção...

Além de estar no controle, assumir vários papéis e transformar a visão de uma história em um filme, o diretor precisa ser flexível o bastante para lidar com os desafios inesperados e estar aberto às sugestões do elenco e da equipe que podem tornar o filme melhor. Migotto diz que não se pode esquecer de preservar o jeito de falar, o sotaque, a memória do lugar. “Sempre fui ligado à história. Procuro um lado moderno também”. Com essa consciência, dirigiu para a RBS TV os documentários Rio das Antas – Vale da Fé (2008), O Homem dos Raios ( 2009) e Frente a Frente  ( 2010).
Em 2011, o diretor apresentou a ideia de gravar uma série internacional inédita. “Estávamos em Marcelino Ramos, gravando o histórias curtas - Silêncio - quando recebemos a notícia de que a série Sapore D´Itália iria acontecer. Daí em diante, os meus sócios, Mariana Muller, Leo Garcia, Rafa Ferretti , Rafa Tombini e eu, começamos a nos reunir para as gravações e formação do elenco. Este ano foi muito importante para mim”, ressalta Migotto.
       Com diversas produções com estréia marcada para 2012, o diretor só tem uma ressalva a fazer: “as empresas, na sua maioria, não apoiam a produção cultural na região. É uma constatação geral, mas temos exceções, por exemplo, a Rede de Hotéis Dall ´Onder e a Bento Film Comission, através da Secretaria de Turismo de Bento Gonçalves,” acrescenta Migotto. Ele se define como um eterno “insatisfeito”; pois, quando o assunto é cinema, tem sempre uma cena para dirigir.
Diretores de cinema por Boca Migotto

 Walter Salles,
João Moreira Salles,
Eduardo Coutinho,
Glauber Rocha,
Arnaldo Jabor,
Guel Arraes,
Fernando Carvalho

François Truffaut,
Woody Allen,
Ingmar Bergman,
Almodovar,
Boca Migotto ( à direita)
Fellini,
Kiarostami,
Orson Welles,
Billy Wilder,
Win Wender, são tantos...


terça-feira, 22 de novembro de 2011

As rosas voltaram

As rosas são da praça...
Estão lá, na praça, para deleite de quem passa. Para quem pode admirá-las. Para quem gosta... 
Visite a pracinha da Igreja Matriz Cristo Rei.

Praça das Rosas em 1968
Para homenagear... a volta das rosas, um poema do bento-gonçalvense Lucindo Andreola, onde quer que esteja... soprou pra mim essa poesia...






CANÇÃO DAS ROSAS


Lucindo Andreola


Quem sentirá a beleza das rosas?
Quem cantará a meiguice das rosas?
Quem encaminhará as rosas do efêmero para o eterno?
Rosas esquecidas nas ilhas sem portos
Rosas cansadas nos jardins cansados
Rosas infecundas nos vales sem fontes
em busca de mistério.


Quem ensinará às rosas o segredo de serem rosas?
Rosas brancas, tão puras
como as estrelas na complexidade da solidão.
Rosas cirandando
Cirandando
as ruas,
as areias,
as janelas


Rosas gastas,
mas sempre rosas... rosas
Rosas embalando esperanças
Imagens de rosas se retirando do tempo
sem edição de suas cores.


Rosas lágrimas
Rosa angústia
Rosa alegria,
e também, silêncio.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

No afã de se cumprir

Amanhecer no Vale das Antas ( Janete Nodari)

Do que ficou
O amanhecer é o que me toca
Os primeiros raios
Impenetráveis na alma
Iluminam um lugar
Passa o dia
No afã de se cumprir
a noite
Aparo as arestas da tarde
Vem noite rompe a manhã
E o braço estendido no vão
No espaço que se formou
 Entre o amor e o desamor
o sim e o não e
Uma busca que não vem ( Janete)

Coração do Agreste ( Fafá de Belém)



Regressar é reunir dois lados
A dor do dia de partir


Com os seus fios enredados
Na alegria de sentir
Que a velha mágoa
É moça temporã
Seu belo noivo é o amanhã


Eu voltei para juntar pedaços
De tanta coisa que passei
Na infância abriu-se um laço
Nas mãos do homem que eu amei


O anzol dessa paixão me machucou
Hoje sou peixe
E sou meu próprio pescador
E eu voltei no curso
Revi o meu percurso


Me perdi no leste
E a alma renasceu
Em flores de algodão
No coração do agreste


Quando eu morava aqui
Olhava o mar azul
No afã de ir e vir
Ah! Fiz de uma saudade
A felicidade pra voltar aqui 

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

15 frases inesquecíveis do cinema

 “Meu nome é Bond, James Bond” -  007
“Hasta la vista, Baby” – No filme Exterminador do Futuro 2
“Eu vejo pessoas mortas”- No filme O Sexto sentido
“Eu vou fazer uma proposta que ele não poderá recusar” – Do filme O Poderoso Chefão
“Eles podem tirar nossas vidas, mas nunca poderão tirar nossa liberdade” – De William Wallace no filme Coração Valente
“ËT telefone Casa” – No filme ET, O Extraterrestre
“Nós sempre teremos Paris” – No filme “Casablanca’
“Houston, nós temos um problema?" Apollo 13
“Quem é você? Seu pior pesadelo”- No filme Rambo
 “O que você faz nesta vida ecoa na eternidade” – No filme O Gladiador
“Aproveitem o dia, garotos. Façam suas vidas serem extraordinárias.” – No filme Sociedade dos Poetas Mortos
“Põe na conta do Papa” – No filme Tropa de Elite
“Elementar, meu caro Watson” – Scherlock Holmes
“Esse é o  dia que vocês sempre lembrarão como o dia em que vocês quase pegaram o Capitão Jack Sparrow” – Piratas do Caribe
“ Tá se achando o último capelletti da sopa”- Sapore D` Itália

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

As badaladas divinas

Que paranóia essa do 11/11/11 às 11/11!!! Devido a isso, andei navegando por sites esotéricos, etc, etc, etc. Mas, resolvi às 11 e 11 do dia 11 do 11, acrescentar um post. Hehe!! Uma releitura de uma crônica publicada no Jornal o Eco do Vale de Bento Gonçalves, em abril de 2005.  Agora entendi por que o badalar dos sinos ao meio-dia e ao entardecer  deixam meu coração e minha alma em constante espera, talvez de uma alegria, talvez de uma tristeza. O badalar dos sinos da Igreja Matriz Cristo Rei na  Hora do Ângelus: 12 e 18 h. Se não me falha a memória, há algum tempo, às 6 horas da manhã, o sino badalava...é , é isso. Aí vai...


O som dos sinos param o tempo. Cristalizam o ar. Talvez, seja esse, um dos poucos efeitos sonoros a perdurar nas cidades e nas vilas. Fora os ruídos indesejáveis do trânsito e das construções.
Por instantes, entre as batidas, a noção de passado e de futuro se perde. Nesses segundos, esse som faz uma pausa em minha vida.
Os entendidos dizem que os sinos podem despertar nosso inconsciente. A atenção despertada passa a gravar as mensagens recebidas de uma maneira diferente. Assim, faz com que o cérebro as receba e nos estimule a parar.
Pelo menos, constatei que devo parar ao ouvir o badalar dos sinos.
E, um misto de tristeza e alegria, me envolvem. Tento entender o porquê disso... Os sinos dobram
sobre a cidade e sobre minha alma, todos os dias...
Hoje, nesse tal, 11 do 11, isso haverá de se repetir.. a coincidência seguindo seu curso. Mas, confesso...
há mais sons no ar.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O divino efeito da arte

A arte pode revelar-se de múltiplas maneiras. O artista tem, em suas mãos, o poder mágico de moldar o sonho ou a realidade. Para a artista Vera Beatris Dalcin Luchese o poder está nos materiais alternativos.

Entenda-se por material alternativo - tecido, papel, vidro, plástico, fios, sementes, grãos de uva, bagaço de uva, entre outros. Para Vera, “não existem materiais que não possam ser utilizados.” Tudo começou com um sonho e com o desejo de aproveitar a “dressa” (palha de trigo trançada).
A primeira escultura de dressa representa um violinista. Costurado a mão. Assim, do óleo sobre tela, das obras em palha de trigo, passando pelas máscaras de material reciclado, até a criação dos presépios. Retornando de Veneza, a artista moldou-se aos desafios dos novos tempos e, com inspiração nas máscaras venezianas, iniciou seu trabalho utilizando materiais alternativos.  - “Eu faço a minha parte. Retiro o lixo da natureza e transformo em arte,” diz Vera.
Presépios
Em 2009, com o objetivo de mostrar um pouco da nossa cultura italiana, inscreveu-se no Festival de Presépios do Rio de Janeiro, com um presépio feito de “dressa” e ficou entre os cinquenta artistas selecionados, entre participantes do Brasil e do exterior. Na ocasião, o presépio ficou exposto no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão, e hoje, é acervo da Diocese do RJ.
Nesse ano, Vera leva ao Rio, como artista convidada pela Curadoria do projeto, um presépio realizado com materiais alternativos.  O presépio intitulado “Os olhos do mundo” tem por objetivo mostrar uma Virgem Maria que escolheu a natureza destruída para gerar um novo Menino Jesus,  e assim, trazer uma nova consciência ecológica para a humanidade.

Maria

Vera ilustra Maria, em tons verde, flores, frutas e pequenos pássaros, representando a vida. No contraponto, está a textura escura: a poluição, o desmatamento, as queimadas, o lixo. O chapéu de palha representa a seca; os tecidos tigrados, os animais e muito amarelo para a luz .
o José

O cabelo e a barba da escultura de São José são de estopa, que, ao mesmo tempo, representa o trabalho.  Em todo o manto há cachos de uvas secos que representam a cultura da videira e o apelo à preservação da natureza, pois onde não há água, não há vida. “E se continuarmos poluindo a natureza novas vidas não surgirão,” ressalta ela.

Menino Jesus

Vera está trabalhando na escultura do Menino Jesus.  Ainda para compor o presépio alternativo, ela criará um pastor pastoreando suas ovelhas.

Diversidade cultural

A artista bento-gonçalvense, formada em Pedagogia, Administração Escolar e Pós-graduada em Folclore leva o nome da nossa cidade ao “Festival de Presépios do RJ”, onde a obra ficará exposta no Jardim de Alah, área nobre daquela cidade, que fica entre as praias de  Ipanema e Leblon.
O evento resgata o verdadeiro espírito natalino e une a cidade em torno de um tema que sensibiliza a todos, mostrando, além da diversidade cultural de nosso país, novas técnicas e as diferentes leituras de cada artista brasileiro e internacional sobre o tema.
Além de participar desse projeto, Vera continua dando sequência à criação de máscaras que ganharam o mundo. Já estão no Canadá, Coréia do Sul, Estados Unidos, África do Sul, Guatemala, entre outros países e, também, em diversos estados brasileiros.