Sejam bem-vindos (as) !!!!!!

terça-feira, 24 de julho de 2012

De Galeano

Grata Eduardo Galeano por esse belo poema...




Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras.
Não existem duas fogueiras iguais.
Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas
e fogueiras de todas as cores.
Existe gente de fogo sereno que nem percebe o vento,
e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas.
Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam, nem queimam;
mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade
que é impossível olhar para eles sem pestanejar,
e quem chegar perto pega fogo.



quinta-feira, 12 de julho de 2012

DESPIR UM CORPO A PRIMEIRA VEZ


 
Minha estrela
Valho-me do poeta  Affonso Romano de Sant´Anna, para dedicar a quem interessar possa esse poema. De um sentimento rebatido.  De uma desilusão anunciada. De um querer e um não querer. De um tudo e de um nada. Para jv

Despir um corpo a primeira vez

é um conhecimento entre dois deuses.

Não se pode profanar o instante.
E os amantes devem manter o ritmo dos altares.

Porque, embora nesses rituais haja sempre

panos e trajes para agradar o Olimpo,

é pra nudez total que o céu nos quer quebrar.

As mãos têm que ter um compasso certo.

Um andante ou claro de Bach nos gestos,

compondo a alegria dos homens e mulheres.

As mãos, sobretudo, não podem se apressar.

Com os olhos, têm que aprender e, com a ponta

dos dedos, contemplar os acordes que irão

surgindo quando, peça por peça,
o corpo for se desvestindo ao pé do altar.

Antes de se tocar com as mãos e lábios,

na verdade, já se tocou o corpo alheio

com um distraído olhar sempre envolvente.

E ninguém toca um corpo impunemente.

Despir um corpo a primeira vez não pode ser

coisa de poeta desatento, colhendo futilmente

a flor oferta num abundante canteiro de poesia.

Nem pode ser coisa de um puro microscopista,

que olha as coisas sabiamente.

Se tem que ser de sábio olhar,

que seja do botânico, porque esse saber aflorar

em cada espécie tem de mais secreto ou distante,

o que cada espécie sabe dar.

Despir um corpo a primeira vez

é conhecer, pela primeira vez uma cidade.

E os corpos das cidades têm portas para abrir,

jardins de pousar, torres e altitudes que excitam a visitação.
Quando os corpos se tocam por acaso,

como se estivessem indo em direções diferentes,

o que ocorre é desperdício.

Não se pode tocar um corpo impunemente.

Para se tocar um corpo completa e profundamente,

num dado instante, os corpos têm que se convergir.

E convergir com uma luz diferente.

A descoberta do outro é isso, é convergência.

Despir um corpo a primeira vez

é como despir um presente, por isso não se pode

desembrulhá-lo assim, às pressas, embora a gula

nos precipite afoitos sobre a pele ofertada.

Não se pode com as mãos infantis,

descompassadas, ir rasgando invólucros,

arrebentando cordões com gula que as crianças

só têm nas confeitarias, antes da indigestão.

Um corpo é surpresa, sempre.

É o que se vê nas praias,

nessa pública ostentação, nesse exercício coletivo

de nudez negaceada, em nada tira a eufórica

contentação do ato, quando os dedos vão

desatando botões e beijos,

e rompendo as presilhas das carícias.

Despir um corpo a primeira vez

não é coisa de amador.

Só se o amador for amador da arte de amar,

porque o corpo do outro não pode ter

a sensação de perda, mas a certeza de que

algo nele se somou, que ele é um objeto

luminoso que a outros deve iluminar.

Um corpo a primeira vez, no entanto,

é frágil e pode trincar em alguma parte.

E os menos resistentes se partem,

quando aquele que os toca,

os toca apenas com cobiça e nunca

a generosa mansidão de quem veio

pela primeira vez, e sempre, para amar . 

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Quando vi você

Quando eu vi você

tive uma idéia brilhante

foi como se eu olhasse

de dentro de um diamante

e meu olho ganhasse

mil faces num só instante

basta um instante

e você tem amor bastante.


Amor, então,

também, acaba?

Não, que eu saiba.

O que eu sei

é que se transforma

numa matéria-prima

que a vida se encarrega

de transformar em raiva.

Ou em rima.

Paulo Leminski

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Dez mil mensagens para Romeu

Se Romeu estivesse aqui conosco, na era das mensagens instantâneas, teria havido o desencontro de sua amada Julieta? Talvez sim, porque, nem mesmo dez mil mensagens seguram um amor.
 "Jamais história alguma houve mais dolorosa / Do que a de Julieta e a do seu Romeu." Sigam o episódio:
"Por fim, Lourenço promete que enviará um mensageiro para informar Romeu — ainda em exílio — do plano que irá uni-los e, assim, fazer com que ele retorne para Verona no mesmo momento em que a jovem despertar. Na noite antes do casamento, Julieta toma o remédio e, quando descobrem que ela está "morta", colocam seu corpo na cripta da família.
A mensagem, contudo, termina sendo extraviada e Romeu pensa que Julieta realmente está morta quando o criado Baltasar lhe conta o ocorrido."
Pobre, Julieta, por uma mensagem. Passaram-se seis séculos, segundo reza a lenda, e diante da parafernália da tecnologia, não se entenderia uma mensagem ser extraviada, mas, acontece.
Acontece também de amores conviverem entre 10000 mensagens e, por fim, deixarem no vácuo uma só, uma só: a de que , assim como o casal célebre da história quinhentista " é pra sempre " mesmo sabendo que o pra sempre um dia acaba".
O que dizer de milhares de mensagens trocadas, site, emails, sms, escritos, imagens, letras, desenhos e beijos. Mais de dez mil, por certo.
Dizem os loucos, que se não podemos entender o amor vamos vivê-lo loucamente, Sábias palavras.Porém, palavras. Quando elas tocam o peito, rebatem e voltam como um eco a decifrar nossos enigmas de vida e a nos fazer perguntas sobre o que foi e o que deveria ter sido.
Resta o gosto doce ou  amargo, uma fotografia que ainda emerge das situações antigas, um vídeozinho do celular ( alguém me mostra como se apaga isso) , um acróstico e uma frase que reverbera pelos quatro cantos da noite.
" Eu sou doido por ti"
Se você foi feliz por uma noite, um dia, um mês, seis meses - então valeu a pena, viu Julieta,  sua lindinha???

Alegria e interação à moda italiana



CORAL TERRA NOSTRA 
O público que interage com os componentes do Coral Terra Nostra é a força propulsora para esse grupo permanecer, há mais de 12 anos, à frente da divulgação da música e das tradições italianas. Eles já estão a todo vapor com as gravações do DVD que chega às bancas no final do ano. “As pessoas nos passam energia e força para continuarmos,” afirmam os coralistas.
O coral é composto por 8 integrantes: Nelson e Helena Franceschini, José Pedro Dalla Costa, Célio Vitorino Dalla Costa, Teodoro Anghinoni, Noemi Benedetti, Lúcia Tusset e Santina de Azevedo. A ideia de formar esse grupo vocal partiu do diretor de corais e músico Nelson Franceschini para homenagear os 125 anos da imigração italiana no Rio Grande do Sul. O ano era 2000.
Naquela ocasião, a rede Globo exibia em seu horário nobre a novela Terra Nostra, mostrando o Brasil entre o final do século XIX e início do século XX. A história se passava no interior de São Paulo, mostrando a imigração italiana no Brasil, com destaque para o romance de Giuliana e Matteo, dois imigrantes italianos que vieram tentar uma vida melhor em terras brasileiras.  O último capítulo foi ao ar no dia 02 de junho de 2000. Conforme Helena Franceschini, a escolha do nome do grupo partiu dessa novela que ficou na memória popular. O coral foi fundado no dia 3 de junho de 2000. A primeira formação contava também com a mezzo-soprano Carmen Manfrói Balzan (in memoriam).

Shows
Com cerca de 3000 shows no currículo realizados em hotéis, cantinas e no passeio de Maria Fumaça, além de apresentações em cidades do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o grupo teve participações especiais em novelas e minisséries. É o caso da novela Água na Boca, da Rede Bandeirantes, exibida no ano de 2009 e do seriado Decamerão, da Globo, filmado em Bento Gonçalves e Garibaldi. “Acreditamos que nosso sucesso se deve a nossa alegria e a nossos shows, que permitem a interação com o público, sendo que, quando tiramos as pessoas para dançar, elas ficam muito felizes... até se emocionam,” diz Helena.
Poema musicado

Segundo a integrante Noemi Benedetti, todos os componentes eram ligados à música a ao canto coral.  Daí, a meta sempre foi cantar e encantar. “Nosso CD – Italia, ieri, ancoi e domani- contém 18 faixas , sendo que a primeira traz o poema do escritor e pajador,  Pedro Júnior da Fontoura, Chapéu de Palha. Uma homenagem a  gente desta terra, “diz Noemi.
 As demais faixas são Mérica, Mérica, Santa Lucia, Quatro Passetti, Mazzolini Dei Fiori, El Cachatore Del Bosco, Se bem Che sono dei Monte, In campagna cantando siva, Piu Bel giardin, Valsugana, Stella Alpina, La strada Del Bosco, Campane di San Giusto, La Bambola, Mamma Mia, Reginella Campagnolla, Sr. Doutor, La bella polenta e a Marcha de autoria do diretor do coral Nelson Franceschini.


Cenário de DVD


As gravações para o DVD já estão em andamento. Os lugares escolhidos remetem a cenários históricos e turísticos do município de Bento Gonçalves, entre eles, a Pipa Pórtico, as Igrejas Cristo Rei e São Bento, a Estação da Maria Fumaça e a paisagem rodeada de plátanos no parque da Fenavinho. Para comemorar os 12 anos de sucesso do Coral Terra Nostra, vem aí o DVD.
“Cantar é próprio de quem ama.”
Carmem Manfroi Balzan
Homenagem Póstuma dos colegas do Coral

domingo, 1 de julho de 2012

Paixão


Com sua licença, poetas Kleiton e Kledir...não há quem resista a esta declaração de amor...
Amo tua voz e tua cor
E teu jeito de fazer amor
Revirando os olhos e o tapete,
Suspirando em falsete
Coisas que eu nem sei contar.
Ser feliz é tudo que se quer!
Ah! Esse maldito fecheclair!...
De repente, a gente rasga a roupa
E uma febre muito louca
Faz o corpo arrepiar.
Depois do terceiro ou quarto copo
Tudo que vier eu topo.
Tudo que vier, vem bem.
Quando bebo perco o juízo.
Não me responsabilizo
Nem por mim, nem por ninguém.
Não quero ficar na tua vida
Como uma paixão mal resolvida
Dessas que a gente tem ciúme
E se encharca de perfume,
Faz que tenta se matar.
Vou ficar até o fim do dia
Decorando tua geografia
E essa aventura
Em carne e osso
Deixa marcas no pescoço.
Faz a gente levitar.
Tens um não sei que de paraíso
E o corpo mais preciso
Que o mais lindo dos mortais.
Tens uma beleza infinita
E a boca mais bonita
Que a minha já tocou.