Paris. 1953 - Bento Gonçalves. 2011. Em Paris, Samuel Beckett lança um olhar sobre o " teatro do absurdo". Os críticos da época assim classificaram as obras desse autor, pois eram peças que refletiam a irracionalidade do mundo moderno.
Em uma de suas peças chamada Dias Felizes, uma mulher fala para o público numa estranha mistura, em que se fundem poesia e filosofia de angústia; entretanto, vai sendo engolida, pouco a pouco, por um monte de lixo. Em Bento Gonçalves, uma atriz apresenta-se com a peça O Matador de Santas. É aplaudida de pé. Mas, reclama. Do quê? Do teatro inacabado.
Mudou o século... e o anfiteatro da Casa das Artes está inacabado. Depois dos últimos aplausos, Ângela dirigiu-se à platéia, formada por cerca de 550 espectadores, cobrando melhores condições para os artistas se prepararem atrás do palco.– Quero que a beleza que vocês veem aí da frente a gente possa ter aqui atrás – afirmou a atriz. Revoltado com o tom das críticas, o secretário municipal de Cultura, Juliano Volpato, emitiu uma nota, disponível no site da prefeitura de Bento Gonçalves. Segundo ele, espetáculos tão grandes quanto o protagonizado pela atriz já foram apresentados na Casa das Artes, sem que críticas tivessem sido feitas à estrutura oferecida. A sede da Fundação Casa das Artes de Bento Gonçalves começou a ser construída em 1986. Após uma série de interrupções, o prédio de 4 mil metros quadrados de área construída foi inaugurado, 19 anos depois, em 2005. O anfiteatro ainda aguardou mais quatro anos para receber seu primeiro espetáculo.
Isso não é 1º de abril.
Que o digam Moacir Corrêa, Mônica Blume, Raquel Capeletto,( foto abaixo) Azir Beltram ( onde quer que esteja vendo isso) e tantos outros que acompanharam, como eu, as obras da lindíssima Casa das Artes e sonharam...
Acertou a atriz global em opinar. Foi aplaudida ainda mais.
O espetáculo cênico Dorme, Sogna, Piccollo Amore Mio , que será apresentado durante a Fenavinho Brasil 2011, de 29 de abril a 8 de maio, às 20 horas, no Pavilhão E, promete.
Lindo como o brilho no olhar das atrizes que me prestaram entrevista. Atrizes? Sim, nossas atrizes, nossos atores, nossos autores.
Chegamos lá, por caminhos tortos, mas chegamos. Méritos para quem tem garra de viver da arte.
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