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quarta-feira, 5 de junho de 2013

Colecionadora de santinhos

A história da maior festa religiosa do município de Bento Gonçalves está guardada na memória da professora aposentada Dedi Lúcia Turconi, moradora do bairro Centro. Ela confia em suas lembranças, mas, precavida, fez anotações em cadernos e armazenou, em pastas, o material impresso das primeiras festas de Santo Antônio realizadas no início do século XX até hoje. Segundo ela, a coleção de santinhos é uma relíquia.
A colecionadora conta que, passou em cerca de 300 residências em busca de informações.
“ Também no Museu Casa do Imigrante, no Museu Hipólito De Costa (Porto Alegre), no Correio Rio-grandense e pesquisei, em jornais antigos, como Il´Corriere D´ Italia, “ diz a aposentada . A ideia surgiu, no ano de 1987, quando foi criada a Comissão de Cultura pela então festeira, Leonora Roman Fillipon.  Foi ela quem incentivou Dedi a resgatar o acervo de uma das festas mais populares do estado do Rio Grande do Sul.
Santinhos
O primeiro santinho é de 1906. Só em 1931, aparecem os nomes dos festeiros impressos no verso.  Na coleção, faltam apenas dois: dos anos 1936 e 1937. Dedi acrescenta que, contou com a ajuda do padre Ernesto Mânica, falecido em 2009. “Ia sempre conversar com o padre Mânica, até que ele me disse: escreve a história das festas. E eu levei isso a sério, já tenho material para um livro. Também pesquisei os nomes dos festeiros. Disse ao Pároco Isidoro Bigolin, que ao divulgarem o nome dos festeiros, que fossem os nomes certos, “enfatiza.
Ainda conforme a professora, de 1919 a 1927 eram nomeados homens somente. De 1928 a 1943, eram sorteados nomes de homens de diferentes famílias e de mulheres que eram chamadas “juízas”. “Naquela época , o festeiro era mais importante que o intendente, por isso todo mundo queria o cargo, daí o sorteio,“ conta a aposentada.
Os festeiros começaram a ser escolhidos em 1944. Aparecem também os vice-festeiros e vice-juízas. Dedi observa que, só em 1967, os festeiros escolhidos eram casais, porém no verso do santinho, aparece somente o nome do festeiro e a expressão “excelentíssima esposa”.  Em 1972, está impresso o nome da festeira também. Em 1985, há uma inovação, dois casais de festeiros jovens. A partir dos anos 2000, é que a festa é organizada com seis casais de festeiros.
Devoção
A devoção e interesse da professora em resgatar a história ficam evidentes quando ela apresenta as curiosidades da festa. Uma delas é que, no ano de 1989, a Caixa Estadual escolheu a festa popular, em Bento Gonçalves, para extração da loteria, no dia 13. Outra situação, é que o primeiro sacerdote a chegar a Bento Gonçalves, o padre Giovanni Menegotto, não tem uma placa de homenagem no interior da igreja.
Dedi considera-se uma curiosa. Está sempre em busca de dados históricos. Apesar de ter encontrado algumas pessoas reticentes, ela encontrou também amigos que a ajudaram nessa pesquisa sobre a tradição das festas de Santo Antônio. A colecionadora pretende doar a coletânea de santinhos. “Vou doar para a Paróquia Santo Antônio, quando esta tiver um museu,” complementa.




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