Sejam bem-vindos (as) !!!!!!

domingo, 29 de janeiro de 2012

As uvas de janeiro

Pode-se dizer que janeiro é o mês mais lindo ( e o mais saboroso) na Serra Gaúcha. Na região da uva e vinho, vê-se o trabalho de um ano, no cuidado com as vinhas, sendo celebrado. É o tempo da colheita. E quem sabe receber, sabe. Por isso, ficou a cargo do Sr. Móises Michelon, a abertura da vindima no Vale dos Vinhedos.
As uvas e o sol ( Janete)
Com a naturalidade de quem viu o vale nascer, Michelon convida para a colheita, para o momento de religiosidade e para o filó ( antigo costume onde as famílias italianas se reuniam para rezar, contar causos e comer...é que a distância entre as colônias as separavam, a saudade era muita e, assim, a noite do filó era um acontecimento). Para nós, o filó deste dia 28 de janeiro de 2012 também foi um acontecimento. Ponto para a simplicidade. Nos rostos dos visitantes, a satisfação de colher a uva e fazer o vinho na mastela. Vez por outra, ouvia-se o povo do lugar, em dialeto vêneto, o que tornava mais peculiar a festa.
Da minha parte, só sei olhar. Esse é meu tempo.
Tempo de olhar a vida. E desfrutar cada momento. Apaixonada que sou pelo ciclo das estações, o verde claro das vinhas e o roxo das uvas só trazem o que há de melhor: saborear cada momento e ficar com os aprendizados.
A simplicidade do vale das uvas é uma lição. Quando  o tempo de colheita chega, ele vem completo e acompanhado. De mãos dadas com o tempo de ser feliz.


O ciclo das estações ( poesia premiada no 14º Concurso Literário Mansueto Bernardi de Veranópolis)

A velha janela entreaberta ( Janete)


Uma lágrima fecunda a terra// A videira chora o corte// Serão os ipês cúmplices ?// Pois há mistérios no vale.//O madurar das uvas vem com as tardes mornas// E desvenda o caminhar da menina que mora em mim//Os brotos das vinhas espiam os montes// percorro um tapete de azaleias//guardo as flores//colho os frutos liláses//abro a porta para recolher os poemas do varal//abrigo os versos sob os pessegueiros em flor// as velhas janelas entreabertas// balançam aos ventos de outono// enquanto amadurece o sol do poente.//

Nenhum comentário: